Itaú Unibanco lucra R$ 9,4 bi no 4º tri e supera projeção; inadimplência recua

Banco fecha 2023 com lucro de R$ 35,6 bilhões, aumento 15,7% ante 2022. Inadimplência acima de 90 dias atingiu 2,8% em dezembro, menor índice dos últimos cinco trimestres

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Bloomberg Línea — O Itaú Unibanco (ITUB4) superou as projeções de mercado reportando um lucro líquido recorrente de R$ 9,401 bilhões no quarto trimestre, período em que o índice de inadimplência (atrasos acima de 90 dias) caiu para o menor patamar em cinco trimestres.

O consenso de analistas ouvidos pela Bloomberg apontava para um lucro de R$ 9,3 bilhões entre outubro e dezembro.

O lucro anunciado representou uma alta de 4% em três meses e de 15,7% em 12 meses. Em nota, o maior banco brasileiro atribui o resultado à expansão da carteira de crédito e da margem financeira com clientes.

“Entramos em 2024 otimistas e empenhados para entregar ainda mais valor aos nossos clientes, acionistas e colaboradores, tirando proveito de todas as mudanças que fizemos na organização para que os clientes estejam no centro de todas as nossas decisões”, disse CEO do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, em nota.

O maior faturamento na atividade de cartões, tanto em emissão quanto em adquirência (Rede), e a evolução positiva no resultado com seguros também foram mencionados pelo banco como fatores favoráveis ao aumento das receitas de prestação de serviços e seguros.

A rentabilidade medida pelo ROE (retorno recorrente sobre o patrimônio líquido) ficou em 21,2% no quarto trimestre e em 21% no ano inteiro de 2023, acima dos 21,1% do terceiro trimestre e dos 20,3% de 2022.

Esse desempenho só ficou abaixo número daquele do BTG Pactual (BPAC11), que teve ROE de 22,7% no ano e 23,4% no quarto trimestre e que tem atuação mais concentrada em mercado de capitais.

O Santander Brasil (SANB11), que foi o primeiro dos grandes bancos do país a divulgar o resultado do quatro trimestre de 2023, teve ROE de 12,3% no período.

Carteira de crédito

O Itaú elevou sua carteira de crédito total em 3,1% no passado ante 2022, atingindo R$ 1,176 trilhão em dezembro. Houve aumento de 13,7% em crédito pessoal e de 6,8% em crédito imobiliário na carteira de pessoa física.

Já a carteira de pessoa jurídica subiu 0,5% em 12 meses, com destaque para crédito rural, imobiliários e repasses do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Já a queda do índice de inadimplência acima de 90 dias foi atribuída à melhora do indicador no segmento de pessoas físicas no Brasil, algo que, segundo o banco, “reflete a gestão estratégica de riscos do banco”. O índice ficou em 2,8%, versus 3,0% no terceiro trimestre e 2,9% um ano antes.

O custo de crédito subiu 1,44% em 2023, totalizando R$ 36,9 bilhões. Isso se deu, segundo o Itaú, à maior despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa, entre outros motivos.

O Itaú é um dos principais bancos credores, por exemplo, da varejista Americanas (AMER3), que entrou em recuperação judicial em janeiro do ano passado após a revelação de uma fraude contábil da ordem de R$ 25,3 bilhões. O último ano foi marcado pela recuperação de outras grandes empresas.

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