Itaú eleva lucro em 18,1% no 3º tri e aumenta projeção para carteira de crédito

Maior banco do país lucrou R$ 10,7 bi entre julho e setembro, em linha com a estimativa; rentabilidade medida pelo ROE foi de 22,7%, abaixo do consenso, de 23%

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Bloomberg Línea — O Itaú Unibanco (ITUB4) reportou nesta segunda-feira (4) um lucro do terceiro trimestre dentro das expectativas e elevou o guidance (projeção) para o crescimento da carteira de crédito em 2024 para um intervalo de 9,5% e 12,5% (o anterior era de 6,5% e 9,5%). Entre julho e setembro, o lucro líquido recorrente totalizou R$ 10,7 bilhões, valor igual ao consenso das estimativas de analistas compiladas pela Bloomberg.

O resultado representa uma alta de 18,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já a rentabilidade medida pelo ROE (retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio anualizado) foi de 22,7%, abaixo do indicado pelo consenso (23%).

Ao explicar o resultado, o maior banco brasileiro citou como principais fatores o aumento da margem financeira com clientes, impulsionado pelo crescimento da carteira de crédito, aumento das receitas de serviços e seguros e da margem financeira com o mercado, além da redução no custo de crédito.

“A evolução dos nossos resultados reflete os investimentos que realizamos nos últimos anos para nos prepararmos para o que temos chamado de Era da Experiência no setor bancário. Nossos clientes estão experimentando um Itaú Unibanco cada vez mais hiper personalizado, com nosso superapp no papel de consultor financeiro, aliado a um atendimento humanizado e especializado”, disse o CEO Milton Maluhy Filho, em nota.

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A carteira de crédito total cresceu 9,9% ante o terceiro trimestre do ano passado, atingindo R$ 1,278 trilhão em setembro. A carteira de pessoas físicas aumentou 5,1% em 12 meses. O banco destacou o crescimento de 9,5% em veículos; 8,5% em crédito pessoal e 5,4% em crédito imobiliário.

Na carteira de pessoas jurídicas, a instituição apontou como “movimentos importantes” o desempenho em linhas do BNDES e repasses; financiamento à exportação e importação; e crédito rural.

“Conseguimos, em mais um trimestre, expandir nossa carteira de crédito e controlar nossos riscos. Essa dinâmica tem nos permitido entregar resultados muito consistentes em todos os nossos indicadores financeiros, mantendo a expansão dos nossos negócios e investimentos em tecnologia, nos nossos canais digitais e em todas as iniciativas voltadas para melhorar a experiência dos nossos clientes”, afirmou o CFO Gabriel Amado de Moura.

As receitas de serviços e seguros cresceram 6,8% em 12 meses, impulsionadas, por quatro fatores, segundo o Itaú: maior faturamento de crédito em emissão de cartões; aumento dos ganhos com administração de fundos; maiores volumes em assessoria econômico-financeira e corretagem; e crescimento do resultado de seguros em função do aumento dos prêmios ganhos.

Reversão da provisão

O custo do crédito totalizou R$ 8,2 bilhões no terceiro trimestre, queda anual de 11%. A redução no custo do crédito ocorreu, principalmente, nos negócios de varejo no Brasil, em função das reduções em despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa e em descontos concedidos, além do aumento em recuperação de créditos baixados como prejuízo.

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Além disso, nos negócios de atacado no Brasil, o banco registrou um impacto positivo de R$ 500 milhões na linha de despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa, por conta de um cliente específico do segmento de grandes empresas, cujo nome não foi divulgado, mas analistas identificam como a Americanas (AMER3).

O Itaú tinha feito uma provisão para cobrir a exposição à Americanas, que impactou o resultado do quarto trimestre de 2022 em R$ 719 milhões. Após fechar um acordo, a varejista em recuperação judicial começou a pagar os credores, como o Itaú, no primeiro semestre. O valor original da dívida com o Itaú era de R$ 2,9 bilhões.

Confira outros resultados do terceiro trimestre no setor bancário brasileiro:

  • Bradesco (BBDC4): lucro de R$ 5,2 bilhões (+13,1% em 12 meses) e ROAE de 12,4%
  • Santander Brasil (SANB11): lucro de R$ 3,6 bilhões (+ 34,3% em 12 meses) e ROAE de 17%

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