Bloomberg — A varejista de fast fashion Shein está sendo pressionada a reduzir o seu valuation para cerca de US$ 30 bilhões, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, tendo sido avaliada no passado em mais de três vezes esse valor.
Os acionistas da Shein estão sugerindo que um ajuste é necessário para ajudar a levar adiante sua potencial oferta pública inicial no Reino Unido, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as conversas são privadas.

A Shein teve uma jornada turbulenta em sua tentativa de abrir o capital, com questões levantadas sobre suas operações de cadeia de suprimentos e práticas trabalhistas, enquanto a incerteza sobre as relações comerciais globais e a tensão política estão aumentando. A empresa redirecionou seu pedido de IPO para Londres no ano passado, depois que seu objetivo de se listar nos EUA fracassou.
Os representantes da Shein não responderam imediatamente a um pedido de comentário.
Fundada na China, mas agora com sede em Cingapura, a Shein tornou-se uma das empresas mais valiosas do mundo graças à sua moda de alto volume e baixo custo. Seus investidores incluem a IDG Capital, a Mubadala, a Tiger Global Management e a HongShan Capital, anteriormente conhecida como Sequoia Capital China.
A Shein e a rival Temu, de propriedade da PDD Holdings, atraíram clientes em lugares como os EUA com produtos baratos enviados diretamente de fornecedores chineses, um modelo que se provou popular à medida que as famílias lutam contra o aumento do custo de vida. Eles também representam um desafio para empresas como a Amazon.com Inc., que tem um custo de vida muito alto.
Leia também: Shein acelera no Brasil com 300 fábricas parceiras e já chega a 30 mil sellers
Mas as políticas do presidente dos EUA, Donald Trump, alimentaram a incerteza, inclusive sobre o tamanho potencial e o momento da IPO da Shein. Sua decisão de eliminar a chamada regra de minimis remove uma isenção de tarifas para pacotes que transportam mercadorias com valor não superior a US$ 800, um golpe para o principal negócio da Shein, bem como para o da Temu.
A Shein, que foi avaliada em US$ 66 bilhões em uma rodada de financiamento em 2023 e em até US$ 100 bilhões em 2022, apresentou documentos confidenciais em junho para um IPO em Londres. A Bloomberg informou, em janeiro do ano passado, que os investidores estavam tentando vender ações da Shein em negociações no mercado privado que avaliaram a empresa em até US$ 45 bilhões, refletindo a diminuição do entusiasmo.
--Com a ajuda de Dong Lyu e Pei Li.
Veja mais em bloomberg.com
©2024 Bloomberg L.P.