Bloomberg — A esperada mega listagem da varejista de moda online Shein em Londres pode ser a notícia de que a cidade tanto esperava.
A empresa está pronta para entrar com um pedido de oferta pública inicial em Londres já nesta semana, segundo uma fonte que falou à Bloomberg News.
O cronograma, no entanto, pode mudar e não há certeza de que haverá um acordo, disse essa pessoa, que pediu para não ser identificada porque o plano é confidencial.
Se a listagem for realizada conforme previsto, com um valuation estimada em 50 bilhões de libras esterlinas (US$ 64 bilhões), ela seria grande o suficiente para acalmar, por algum tempo, as conversas sobre “o dia do juízo final no mercado de IPOs do Reino Unido.
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Mesmo que a oferta contemple uma fatia de apenas 10% da Shein, isso faria dela a maior venda de ações inicial em Londres desde que a Glencore levantou quase US$ 10 bilhões em 2011.
Com a participação da cidade em IPOs na Europa em queda para o nível mais baixo em décadas e com o país perdendo sua coroa de maior mercado acionário da Europa em termos de market cap, boas notícias sobre a Shein seriam um grande impulso para a Bolsa de Valores de Londres.
A bolsa sofreu o golpe de várias empresas que optaram por transferir suas listagens para Nova York. Em um doloroso desprezo, a empresa local Arm Holdings, gigante do mercado de design de chips, optou por abrir seu capital nos Estados Unidos, na Nasdaq, no ano passado.
“Claramente, Londres desejará que o IPO seja um sucesso para ajudar a reconstruir sua reputação como local de listagem”, depois de ter sido privada de grandes estreias nos últimos anos, disse Russ Mould, diretor de investimentos da AJ Bell.
Ainda é cedo para determinar até que ponto os investidores britânicos serão receptivos à Shein, depois que a proposta original de listagem em Nova York esbarrou em obstáculos políticos e regulatórios, bem como no escrutínio das autoridades chinesas.
O republicano Marco Rubio estava entre os senadores americanos que pediram à SEC para bloquear a listagem da Shein, dizendo que a empresa precisa divulgar mais sobre suas operações na China.
No ano passado, uma representante do estado da Virgínia, Jennifer Wexton, solicitou uma investigação sobre o fornecimento de algodão da Shein em Xinjiang. A empresa afirmou que tem uma política de tolerância zero para o trabalho forçado.
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"A Shein pode achar desconfortável o brilho de uma listagem no mercado público, dadas as preocupações com sua governança, cadeia de suprimentos e práticas comerciais", disse Mould.
Um IPO da Shein também é um tópico em potencial para os políticos do Reino Unido, à medida que as campanhas se intensificam no período que antecede as eleições de 4 de julho, com o Partido Trabalhista mantendo uma grande vantagem sobre o Partido Conservador nas pesquisas de opinião. É um negócio que parece interessar a ambos os lados da divisão política.
Os trabalhistas mantiveram conversações com o presidente executivo da Shein, Donald Tang, para tentar persuadir a empresa a optar por uma listagem em Londres, informou o The Times.
Por outro lado, o chanceler do Reino Unido, Jeremy Hunt, conversou com Tang em fevereiro, como parte de um esforço de reguladores e funcionários do governo britânico para incentivar a Shein a escolher Londres.
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