Bloomberg Línea — O Grupo Alloha Fibra, provedor de fibra óptica e banda larga fixa controlado pela eB Capital e comandado por Lorival Luz, ex-CEO da BRF (BRFS3), protocolou nesta terça-feira (9) o pedido de registro de companhia aberta na categoria A na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Trata-se de um passo necessário para um eventual IPO (oferta inicial de ações), embora a holding diga que não planeje lançar uma operação neste momento em que a reabertura da “janela” ainda é incerta dadas as condições de mercado.
A companhia ganhou um investidor relevante no ano passado.
Em outubro, o bilionário boliviano Marcelo Claure, ex-COO global do SotfBank, confirmou ter comprado participação relevante na gestora eB Capital, dona da Alloha Fibra, braço do grupo para investimentos no setor de telecomunicações.
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A eB Capital, que conta com Pedro Parente, ex-ministro (Casa Civil, Minas e Energia e Planejamento) e ex-CEO da Petrobras, como sócio, é apontada por analistas como uma das entusiastas da tese de consolidação dos provedores regionais de fibra óptica no Brasil. Outros sócios da holding são Eduardo Sirotsky Melzer, da família da RBS, e Luciana Antonini Ribeiro.
Caso concretize uma abertura de capital, a Alloha Capital se juntará a um grupo de provedores regionais de fibra óptica, formado por Brisanet (BRIT3), Unifique (FIQE3), Desktop (DESK3) e WDC (LVDC3), que concluíram IPO no segundo semestre de 2021.
Desde então, o mercado brasileiro de capitais vive um jejum de novas listagens na B3 devido à aversão a risco e menor apetite por novas ações em conjuntura de juros e inflação elevados.
A Alloha Fibra se apresenta como a maior empresa independente de fibra óptica FTTH (Fiber To The Home) do Brasil, com mais de 1,6 milhão de clientes.
O início das operações se deu em 2018 sob o antigo nome eB Fibra. O grupo chegou a reunir posteriormente nove marcas de provedores de banda larga: Sumicity (RJ), Mob Telecom (CE), Vip Telecom (SP), Wirelink (CE), Univox (MG), Click Telecom (MG), Giga+ Fibra (SP), Niu (SP) e Ligue Telecom (PR).
No fim de 2023, a holding decidiu unificá-las em uma marca, com dois focos de atuação, um no consumidor final (B2C), e outro, em corporações (B2B): Giga+ Fibra e Giga+ Empresas, respectivamente.
Depois de ter o pedido de registro aprovado pela CVM, o grupo poderá ampliar o acesso a fontes de financiamento para impulsionar sua expansão e criar alternativas para a busca de investimento estrangeiro.
Em nota, a Alloha Fibra informou que, com a concessão do registro pela CVM, estará habilitada a emitir e ofertar publicamente de forma mais ampla valores mobiliários, tais como ações, debêntures e notas comerciais.
“Trata-se de mais um movimento fundamental em nossa estratégia de fortalecimento dos nossos padrões de gestão do negócio, que certamente irá contribuir significativamente para o crescimento e sucesso da Alloha Fibra no mercado”, destacou o CEO no comunicado.
Uma companhia aberta na categoria A se compromete a adotar um regime de divulgação de informações com critérios de maior transparência com investidores e acionistas.
“O movimento não implica qualquer planejamento de um IPO neste momento”, ressalvou Felipe Matsunaga, VP de Relações com Investidores do grupo.
O site da CVM confirmou que o pedido de registro já está em análise, sob o nome Giga Mais Fibra Telecomunicações. Atualmente a autarquia avalia um total de seis pedidos, incluindo a gestora Reag, a Fisia (distribuidora oficial da Nike), Brasil TecPar, CGT Eletrosul e Eletrobras Eletronorte, mas essas cinco querem registro na categoria B (emite debêntures, mas não ações).
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