Inter nomeia João Vitor Menin como CEO global e indica novo chefe para o Brasil

Executivo da família que controla o banco digital segue na liderança dos planos de expansão a partir de sua base em Miami, enquanto Alexandre Riccio assumirá as operações locais

João Vitor Menin: dedicação maior a partir de agora ao projeto de expansão do Inter no mercado dos EUA
Por Daniel Cancel
10 de Julho, 2024 | 07:21 PM

Bloomberg — O Inter nomeou Alexandre Riccio como chefe do banco digital no Brasil, enquanto o atual CEO, João Vitor Menin, continuará seu papel de liderança global na instituição financeira.

Riccio, que está no banco brasileiro há mais de dez anos e mais recentemente foi vice-presidente sênior baseado em Belo Horizonte, assumirá formalmente as operações locais, de acordo com fato relevante ao mercado. Menin supervisionará os planos de expansão do Inter a partir de sua base em Miami.

“É difícil você pegar uma pessoa que tem esse ‘pedigree’, que é juntar a parte do banqueiro com a parte da tecnologia”, disse Menin em entrevista concedida à Bloomberg News junto com Riccio.

“Quando se abre uma posição dessa para o Alexandre sentar nessa cadeira com toda a propriedade, nós aumentamos a possibilidade de crescimento.”

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O Inter, que encerrou o primeiro trimestre com quase 32 milhões de clientes, vem divulgando sua marca dentro e fora do Brasil. O banco pagou pelos “naming rights” de um estádio de futebol em Orlando e tem outdoors que promovem seu “super app” para serviços bancários e de varejo em Miami.

Embora tenha como alvo principal a diáspora brasileira que visita frequentemente ou vive na Flórida, também procura atrair outros consumidores latino-americanos e norte-americanos.

O banco tem como meta para 2027 atingir 60 milhões de clientes e índice de eficiência e retorno sobre o patrimônio líquido que alcancem 30%. No último trimestre, o Inter registrou um indicador de eficiência de 47,7% e um retorno sobre o patrimônio de 9,7%.

Riccio, de 43 anos, é engenheiro de formação e trabalhou no Boston Consulting Group e na siderúrgica Gerdau no início de sua carreira.

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João Vitor Menin, por sua vez, comanda o Inter há 20 anos, embora tenha se esforçado para convertê-lo em um banco digital há cerca de uma década. Sua família é a principal acionista, com participação de quase 27%. O SoftBank Group detém 15% das ações do banco.

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Os papéis do Inter listados na Nasdaq saltaram cerca de 90% no último ano, para US$ 6,25, e a instituição atingiu uma capitalização de mercado de US$ 2,7 bilhões.

“Eu vou ficar aqui com uma incumbência de ser mais intenso nesse drive de entrega de resultados,” disse Riccio. “E também vou dar para o João mais liberdade para que ele continue mantendo a agenda de inovação.”

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