Bloomberg — A Intel concordou em vender uma participação de 51% em sua unidade de chips programáveis Altera para a Silver Lake Management, cumprindo seus planos de começar a se desfazer de ativos não essenciais.
A transação avalia a Altera em US$ 8,75 bilhões, segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira — cerca da metade do valor pago pela Intel há uma década. A Intel continuará com 49% da empresa. A conclusão do negócio é esperada para a segunda metade de 2025.
A Bloomberg News já havia noticiado anteriormente as negociações entre as duas companhias.
A Altera será comandada por Raghib Hussain, que substituirá Sandra Rivera como CEO. Hussain virá da Marvell Technology, onde ocupa o cargo de presidente de produtos e tecnologias.
“O anúncio de hoje reflete nosso compromisso em focar nossas operações, reduzir nossa estrutura de custos e fortalecer nosso balanço patrimonial,” disse o CEO da Intel, Lip-Bu Tan.
As ações da Intel subiram 4,1% nas negociações pré-mercado em Nova York.
A Intel havia concordado em pagar US$ 16,7 bilhões pela Altera em 2015. Os chips de uso múltiplo da Altera são usados principalmente em redes de telecomunicações. Em 2024, a fabricante de chips dos EUA anunciou que pretendia vender uma participação na Altera — como parte de um plano mais amplo para reestruturar seus negócios.
Segundo a Bloomberg News, a Altera atraiu interesse da Lattice Semiconductor e de um grupo de empresas de private equity.
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A Intel perdeu participação de mercado para concorrentes nos últimos anos e não acompanhou a mudança para aceleradores de inteligência artificial — um setor atualmente dominado pela Nvidia Corp.
O conselho da Intel demitiu o então CEO Pat Gelsinger no ano passado, após seu plano de reestruturação não ganhar tração rapidamente.
Tan, que assumiu recentemente como CEO, disse há cerca de duas semanas que a Intel venderia ativos que não são centrais para sua missão e criaria novos produtos, incluindo semicondutores personalizados, para alinhar melhor suas ofertas às necessidades dos clientes.
A Intel precisa repor talentos de engenharia perdidos, melhorar seu balanço e ajustar seus processos de fabricação para atender melhor às exigências de potenciais clientes, afirmou Tan durante uma conferência da empresa. Ele não especificou quais partes da Intel deixariam de ser consideradas estratégicas.
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