A Apple prometeu investir US$ 1 bi na Indonésia para vender o iPhone. Foi recusada

País asiático disse que o plano da Apple, que inclui a construção de uma fábrica da AirTag, é insuficiente para atender às exigências de investimento local

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Bloomberg — A Indonésia manteve a proibição da venda do iPhone 16 da Apple e disse que seu plano de US$ 1 bilhão, que inclui a construção de uma fábrica de AirTag, é insuficiente para atender às exigências de investimento local.

As regras de conteúdo doméstico exigem que a Apple produza parte de seus smartphones ou componentes em terra, enquanto o AirTag é apenas um acessório, disse o Ministro da Indústria Agus Gumiwang Kartasasmita em uma reunião nesta quarta-feira (8).

"A partir desta tarde, o governo não tem uma base para emitir os certificados de conteúdo local" que a Apple precisa para vender seu principal dispositivo na Indonésia, disse ele. "A Apple precisa negociar conosco para que possamos emitir um certificado".

A Indonésia bloqueou as vendas do iPhone 16 em outubro, como parte de uma estratégia para persuadir a empresa de tecnologia americana a investir mais na maior economia do Sudeste Asiático.

Os atrasos na retomada das vendas privam a receita da Apple de um mercado em crescimento promissor de cerca de 280 milhões de consumidores, onde ela luta para se firmar com rivais como a Samsung.

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De acordo com Kartasasmita, a Apple poderia ser sancionada por sua contínua não conformidade com as regras de investimento locais, embora esse fosse o último recurso do governo. “Buscaremos outras formas ou opções”, disse ele, ao acrescentar que o governo já enviou uma contraproposta à Apple.

Um representante da Apple na Indonésia não quis comentar.

A decisão marca uma reviravolta inesperada poucas horas depois que o Ministro do Investimento, Rosan Roeslani, disse aos repórteres na noite de terça-feira que a Indonésia havia aprovado o plano da Apple de instalar uma unidade AirTag. Os requisitos de conteúdo nacional estão sob a alçada do ministro da indústria.

A Apple propôs construir uma fábrica até o início de 2026 e iniciar a produção de AirTags, um dispositivo que permite aos usuários rastrear suas bagagens, animais de estimação ou outros pertences, de acordo com Roeslani. Os executivos da empresa estão em Jacarta para negociar com o governo sobre a proposta de investimento.

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Fabricantes de telefones rivais como a Samsung e a Xiaomi instalaram fábricas na Indonésia para cumprir as regulamentações de conteúdo doméstico introduzidas em 2017.

Outras formas de aumentar a produção local incluem a aquisição de materiais, a contratação de trabalhadores, o desenvolvimento de aplicativos e o investimento em academias de desenvolvedores no país.

"Não há prazo para a conformidade", disse Kartasasmita. "Se a Apple quiser vender o iPhone 16 e, especialmente, se ela planeja lançar o iPhone 17, a decisão é inteiramente dela."

-- Com a colaboração de Norman Harsono, Faris Mokhtar, Soraya Permatasari e Gao Yuan.

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