Imposto sobre a riqueza? Na Dinamarca, governo prevê redução para grupos familiares

Plano anunciado nesta semana pretende evitar que empresas em transição de gerações sejam compradas por estrangeiros; tributo sobre heranças cairá de 15% para 10%

Por

Bloomberg — O governo da Dinamarca quer reduzir impostos e flexibilizar as regras para empresas familiares, buscando garantir que aquelas consideradas tesouros nacionais, como a Lego, permaneçam no país.

O plano de 1,8 bilhões de coroas (cerca de US$ 260 milhões de dólares) visa impedir que empresas em transição geracional sejam compradas por investidores estrangeiros devido às regras atuais e à tributação mais rigorosa sobre tais transações na Dinamarca, disse Troels Lund Poulsen, vice-primeiro-ministro, em uma entrevista coletiva na quinta-feira (20).

O político elogiou o valor das empresas familiares, destacando a fabricante de brinquedos Lego e a gigante industrial Danfoss, embora não tenha dito se alguma delas ameaçou sair do país.

Leia mais: Proposta de imposto sobre bilionários apoiada pelo Brasil causa divisão no G7

Na vizinha Noruega, o governo enfrentou problemas após aumentar os impostos para as famílias ricas do país, provocando um êxodo de bilionários e uma reação negativa de empreendedores.

O imposto sobre herança e doação de empresas herdadas na Dinamarca será reduzido de 15% para 10%, enquanto o processo de avaliação dessas empresas será facilitado, de acordo com o plano.

As empresas também terão deduções maiores para pesquisa e inovação. A Dinamarca abriga cerca de 60.000 empresas familiares que empregam mais de 800.000 pessoas.

Na semana passada, o governo dinamarquês apresentou um plano para reduzir os impostos para empreendedores e também eliminar o chamado imposto “fantasma”, no qual um acionista ou fundador é tributado sobre os ganhos futuros esperados quando uma empresa é vendida.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Imposto para ricos na Noruega sofre críticas até de fundadores de startups

Rússia prevê subir impostos para ricos e empresas diante de gastos com guerra