Iguatemi: Cristina Betts deixa grupo após 17 anos, e Ciro Zica Neto assume como CEO

Executiva lidera um dos maiores grupos de shoppings do país, com foco no luxo e na alta renda, desde 2021; novo CEO, atual VP Comercial da companhia, ocupa o cargo após transição em março

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Bloomberg Línea — O Iguatemi terá novo CEO a partir do mês de março: Ciro Zica Neto, atual Vice Presidente Comercial, assumirá o comando em substituição a Cristina Betts, segundo comunicado ao mercado no início da noite desta sexta-feira (21).

Betts, há 17 anos no Iguatemi, inicialmente como CFO e, desde 2021, como CEO (diretora presidente), deixará a companhia. Ela se tornou a primeira profissional de fora da família Jereissati, fundadora e controladora, a comandar o grupo.

Segundo o Iguatemi, um dos maiores e mais tradicionais grupos de shoppings centers do país, com foco no segmento de luxo e no público de alta renda, haverá uma transição ao longo de março.

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Zica Neto assumirá o comando do Iguatemi (IGTI11) com uma trajetória igualmente extensa no grupo. Ele entrou em 2010 como diretor de Operações e desempenhou a função por sete anos. Em seguida, assumiu a diretoria Comercial.

Entre março de 2020 e o início de 2023, trabalhou na C&A (CEAB3), à frente da diretoria de Desenvolvimento e Expansão, sob o comando do CEO Paulo Correa.

Zica Neto foi convidado a retornar ao Iguatemi em 2023 como VP Comercial. A sua missão, de acordo com a companhia, foi a de “reestruturar a área comercial do Iguatemi, conduzir as iniciativas de aumento de ocupação e eficiência comercial, bem como liderar o time responsável pela agenda de negócios com as principais marcas do varejo nacional e global”.

Sob o comando de Betts, o Iguatemi não apenas se recuperou dos efeitos da pandemia de covid em 2020, que afetaram o setor de shopping center como um todo por causa das medidas de restrições à circulação, como acelerou uma trajetória de crescimento que culminou com indicadores recordes em 2024.

O Ebitda ajustado chegou a R$ 1,024 bilhão, acima da marca de R$ 1 bilhão pela primeira vez e acima do consenso de mercado, de R$ 978 milhões; e a geração de caixa, medida pela métrica FFO (Funds From Operations), chegou ao valor também recorde de R$ 693 milhões, o que amplia as condições para que o grupo não só invista para o crescimento como retorne resultados aos acionistas.

Houve crescimento em dois dígitos tanto em receitas, para R$ 21,2 bilhões, como em lucro líquido ajustado, para R$ 497,5 milhões. A taxa de ocupação em shoppings encerrou o ano em 97,7%.

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Os números são reflexo não só da resiliência do público de alta renda mas também de uma gestão com foco em eficiência da operação, com redução de despesas, e de melhoria do entorno dos shoppings, com projetos comerciais e residenciais que levem ao adensamento dos complexos, como explicou há um ano o CFO do Iguatemi, Guido Oliveira, em entrevista à Bloomberg Línea.

“Em nome do Conselho de Administração da Iguatemi, gostaria de agradecer à Cris por dezessete anos de muita dedicação e contribuição para o crescimento da companhia e, também, desejar ao Ciro muito sucesso em sua nova função”, disse em nota Pedro Jereissati, vice-presidente do conselho de administração.

“Tive o privilégio de, ao longo de 17 anos, construir, junto com o time da Iguatemi e nossos parceiros, uma companhia sólida, moderna e repleta de encantamento. Foram muitos momentos marcantes, desafios superados e aprendizados valiosos. Sou profundamente grata a todos”, disse Betts também em nota.

As units do Iguatemi sobem cerca de 13% na B3 neste ano, mas acumulam perda perto de 17% em 12 meses.

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