Bloomberg — O HSBC marcou a zero a sua participação acionária na empresa de software Monese, dois anos depois de investir US$ 35 milhões na fintech do Reino Unido, que já foi apontada como um potencial “unicórnio” - ou seja, que poderia ser avaliada em US$ 1 bilhão ou mais.
O maior grupo bancário da Europa "reduziu completamente" sua participação minoritária na Monese em março e abril, eliminando o valor restante de US$ 5,86 milhões, de acordo com os registros da subsidiária de investimentos do HSBC no mês passado.
A baixa contábil ocorreu enquanto a Monese trabalhava em uma reestruturação e em um desmembramento para tentar salvar o negócio.
Sua plataforma de Banking-as-a-Service, que o HSBC usou em um aplicativo do banco de varejo, agora se tornou um negócio independente chamado XYB.
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A Reuters informou no mês passado que o braço de banco ao consumidor deverá ser vendido à empresa britânica de pagamentos Pockit.
Um dos maiores financiadores da Monese, o fundo sueco especializado em tecnologia Kinnevik, cancelou seu próprio investimento na empresa no início deste ano, dizendo que, embora acreditasse que ainda houvesse valor no negócio, seu futuro era incerto.
Outros investidores incluíram a PayPal, a Augmentum Fintech e a International Consolidated Airlines Group.
O HSBC tinha uma participação de 5,4% na Monese, de acordo com registros corporativos, e descreveu seu investimento como uma parceria estratégica. Uma porta-voz do HSBC não quis comentar.
A Monese foi fundada em 2015 por Norris Koppel, um estoniano que se mudou para o Reino Unido, mas teve dificuldades para abrir uma conta bancária.
Foi o primeiro banco do país baseado em aplicativos somente para celular, embora tenha sido posteriormente ultrapassado por fintechs como Revolut, Monzo e Starling.
Em negociações para uma rodada de financiamento em 2020, a Monese almejava uma avaliação acima de £ 1 bilhão (US$ 1,34 bilhão), o que teria transformado a empresa em um “unicórnio”, de acordo com o Financial Times.
Os gigantes do setor bancário investiram pesadamente em tecnologia nos últimos anos, na esperança de que novos projetos se transformem em lucrativos agentes de mudança, embora o espaço de rápida evolução apresente riscos.
O JPMorgan Chase pagou US$ 175 milhões em 2021 pelo site de planejamento financeiro Frank, em um negócio que agora é objeto de uma batalha legal.
O Citigroup e outros bancos acertaram uma parceria com o Google, da Alphabet, para oferecer contas correntes que nunca foram lançadas. No Reino Unido, o NatWest Group desenvolveu seu banco digital Bo apenas para fechá-lo meses depois.
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O HSBC teve mais sucesso quando adquiriu os ativos do Silicon Valley Bank no Reino Unido enquanto sua matriz implodia em 2023, usando o acordo de resgate para expandir ainda mais o seu braço de venture capital.
Nos últimos anos, o banco com sede em Londres tem direcionado seus negócios cada vez mais para os mercados asiáticos, que crescem mais rapidamente, como parte de uma mudança estratégica liderada pelo ex-CEO Noel Quinn.
Quinn deixou o cargo de CEO no mês passado e foi substituído por Georges Elhedery, ex-CFO do banco.
Elhedery tem examinado seus próprios planos para uma reestruturação profunda do HSBC e considera a possibilidade de combinar as divisões de banco comercial e de investimento, como parte de um foco mais amplo na redução de custos, conforme noticiou a Bloomberg News.
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