Hollywood persegue volta ao pré-pandemia com mix de sequências e filmes originais

2024 foi um ano em que sequências como Divertida Mente 2, Mufasa: O Rei Leão e Moana 2 deram impulso às bilheterias nos EUA; neste ano que começa, haverá espaço a novas produções de diretores famosos

Divertidamente 2
Por Thomas Buckley
04 de Janeiro, 2025 | 09:32 AM

Bloomberg — 2024 ficou marcado como um ano em que as sequências de franquias consagradas salvaram Hollywood.

Dos 10 filmes de maior bilheteria lançados no mercado interno dos Estados Unidos em 2024, todos estavam de alguma forma vinculados a filmes anteriores, de Moana 2 e Meu Malvado Favorito 4 a Beetlejuice Beetlejuice.

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Os cinemas dos EUA e do Canadá terminaram 2024 com queda de 3,3% nas vendas de ingressos, para um total de US$ 8,75 bilhões, de acordo com estimativas do analista Paul Dergarabedian, da empresa de pesquisa de mercado Comscore.

Isso representa uma grande melhora em relação ao primeiro semestre, quando uma série de decepções comerciais e um cronograma de lançamentos prejudicado pelas greves de atores e roteiristas do ano anterior reduziram as receitas de bilheteria em 28%.

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A maré começou a mudar em junho, depois que a Walt Disney lançou a sequência do sucesso animado de 2015, Divertida Mente 2 - Inside Out 2 - que se tornou o maior filme do ano.

A programação de 2025 é uma mistura de filmes recauchutados e originais, com previsão de aumento das vendas de ingressos domésticos para US$ 9,7 bilhões, a maior desde a pandemia global, de acordo com uma estimativa da Gower Street Analytics.

“O calendário de lançamentos de 2025 tem tudo”, disse Rob Mitchell, diretor de insights teatrais da Gower Street, em um e-mail à Bloomberg News. “Há um enorme potencial para lançamentos globais, mesmo além de nossas projeções atuais.”

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A bilheteria doméstica americana em 2025 deve ser impulsionada por filmes originais de diretores famosos, como Sinners, de Ryan Coogler, Mickey 17, de Bong Joon-ho, diretor vencedor do Oscar por Parasita, F1, de Joseph Kosinski, e Michael, de Antoine Fuqua, sobre a vida de Michael Jackson.

Também haverá novos episódios de franquias conhecidas, cujos títulos parecem sugerir que há muito em jogo para seus estúdios e produtores: Capitão América: Admirável Mundo Novo, Missão Impossível - O Acerto Final, Jurassic World Rebirth, entre outros.

No total, pelo menos 110 filmes devem ser lançados em 2025, contra 94 no ano passado, de acordo com dados da Comscore e da National Association of Theatre Owners.

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A lista “oferece um conjunto equilibrado de conteúdo original e de franquia que se assemelha mais a uma mistura de filmes pré-pandemia, que acreditamos que atrairá um público diversificado de cinéfilos”, disse Sean Gamble, CEO da rede de cinemas Cinemark Holdings, em um e-mail à Bloomberg News.

O retorno da Disney

Após alguns anos de lentidão, a Disney voltou a liderar as bilheterias em 2024 com sequências bem-sucedidas, como Deadpool & Wolverine, da Marvel, Planeta dos Macacos: O Reinado e Mufasa: O Rei Leão.

A Universal Pictures, da Comcast Corp., ficou em segundo lugar graças a Wicked, uma história anterior a O Mágico de Oz, e Kung Fu Panda 4, além do filme original Robô Selvagem, uma aventura animada sobre um robô em uma ilha habitada por animais.

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Os principais filmes de 2024 da Paramount Global se passaram em mundos conhecidos: Gladiador 2 e Sonic the Hedgehog 3.

O filme É Assim que Acaba, da Sony Group, adaptado do livro best-seller de 2016 com o mesmo título, foi uma raridade entre os principais filmes que ainda não haviam chegado à tela grande de alguma forma.

Tudo isso contrasta fortemente com 2023, quando duas novas ideias, Barbie, da Warner Bros. Discovery, e Oppenheimer, da Universal, estavam entre os maiores e mais comentados filmes do setor.

Isso não quer dizer que os filmes com foco em franquias sejam uma certeza: filmes da Sony que são spinoffs do Homem-Aranha, como Madame Teia e Kraven - O Caçador, fracassaram nos cinemas, assim como os da Warner Bros: Coringa: Delírio a Dois e Furiosa: Uma Saga Mad Max.

Mesmo que a bilheteria doméstica atinja a estimativa da Gower Street de US$ 9,7 bilhões este ano, ela ainda ficaria 18% abaixo do recorde de US$ 11,9 bilhões estabelecido em 2018.

O número de ingressos vendidos nos EUA e no Canadá também caiu quase pela metade nas últimas duas décadas, de 1,58 bilhão em 2002 para 805 milhões em 2024.

Ainda assim, o desempenho de Nosferatu, um remake de um filme mudo de 1922 sobre vampiros inspirado em Drácula, de Bram Stoker, mostra que o público comparecerá para novas versões de histórias populares.

Nosferatu, lançado pela Focus Features, estúdio que faz parte da Universal, em 25 de dezembro, registrou mais de US$ 40 milhões em vendas de ingressos nos primeiros cinco dias, superando a estimativa da Box Office Pro de até US$ 30 milhões. Stephanie Silverman, que dirige o Belcourt Theatre em Nashville, disse que várias sessões estão esgotadas.

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