H&M terá lojas físicas e online em chegada ao Brasil e modelo com parceria

Varejista sueca de fast fashion apontou ‘grande potencial’ para o mercado, em que enfrentará marcas estabelecidas como a Zara, asiáticas como a Shein, além de redes locais

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Bloomberg Línea — A varejista sueca H&M anunciou nesta segunda-feira (17) que planeja abrir lojas físicas e online no Brasil em 2025, em uma aguardada chegada ao país de uma das principais marcas de fast fashion do mundo.

O passo faz parte da expansão da marca na América Latina e será feito inicialmente nas principais cidades do Sudeste do país, segundo comunicado. O objetivo é ampliar sua presença em outras cidades ao longo do tempo.

“Tivemos um bom desenvolvimento na América Latina e vemos um grande potencial no Brasil. Este é um passo muito animador e estamos ansiosos para levar o conceito de moda, qualidade e sustentabilidade da H&M ao melhor preço para muitos clientes no país”, disse Helena Helmersson, CEO do H&M Group, em comunicado.

Para apoiar sua expansão no Brasil, a H&M decidiu acertar uma parceria com o Dorben Group, que tem operações de varejo em dez países da América Central e do Sul e parcerias com marcas globais de luxo como Coach e Valentino.

A H&M abriu sua primeira loja na América Latina no México em 2012 e atualmente também está presente no Peru, Uruguai, Chile, Colômbia, Equador, Guatemala, Panamá e Costa Rica.

Na avaliação da companhia, a população de mais de 210 milhões de habitantes no Brasil e “uma forte valorização da moda” oferecem grande potencial de expansão da marca no mercado brasileira.

Forever 21 e TopShop

A rede varejista sueca encontrará no Brasil um dos maiores e mais concorridos mercados consumidores de moda do mundo, em que outras marcas de fast fashion não conseguiram prosperar.

A americana Forever 21, que causou alvoroço e filas extensas quando desembarcou no Brasil em 2014, fechou as lojas que tinha no país em 2022. Conhecida por coleções que mudam constantemente e preços baixos, a varejista entrou em recuperação judicial nos Estados Unidos em 2019.

A marca passou a vender roupas e acessórios apenas pela internet, com exclusividade pela Dafiti.

O mesmo aconteceu com a marca de fast fashion britânica Topshop, que chegou a ter lojas próprias no Brasil em 2012. Em 2014, o diretor da marca no país, Alexandre Dominguez, disse que a empresas passava por ajustes.

Todas as lojas foram fechadas dois anos depois, em 2016, após a companhia acumular dívidas de aluguel em shopping centers.

Por outro lado, há marcas globais que ganharam espaço e se estabeleceram com operações no Brasil. O caso mais notório é o da espanhola Zara, do grupo Inditex.

Shein ganha espaço

A onda mais recente de marcas estrangeiras no país é marcada pelo avanço de empresas asiáticas como a Shein, que cresceram com um modelo de importações a preços baixos.

Enquanto Forever 21 e Topshop começaram a atender os clientes brasileiros por meio de lojas físicas no país, a gigante chinesa conquistou o público com suas vendas online.

Com um amplo leque de produtos, que vão desde roupas e acessórios a objetos de cozinha, decoração e eletrônicos, a companhia viu um aumento na demanda mesmo sem estrutura no Brasil.

Neste ano, depois de ameaças de tarifas de importações pelo governo brasileiro, a gigante do e-commerce anunciou investimento para elevar para 85% a fatia de vendas de peças produzidas no Brasil ou comercializadas por outros sellers em seus marketplace no país até 2026.

Mais recentemente, o governo brasileiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu zerar o imposto de importação para mercadorias que custam até US$ 50, o que abrange a maioria das mercadorias vendidas.

A decisão causou protestos de varejistas como Renner (LREN3), Marisa (AMAR3), Riachuelo (GUAR3) e Mercado Livre (MELI), que apontam condições desiguais de competição dado que vendem roupas e outros artigos fabricados no Brasil com custos de produção em geral mais elevados que os de concorrentes asiáticos.

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