H&M diz que não atingirá meta de lucratividade após clima ameno no verão

Temperaturas abaixo da média e chuvas na Europa afetaram as vendas da rede varejista sueca, que tem sido superada pela Zara, da Inditex, e sofre concorrência de e-commerces como a Shein

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Bloomberg — A H&M (Hennes & Mauritz) disse que é improvável que consiga atingir uma meta importante de lucratividade neste ano depois de um verão chuvoso e de temperaturas amenas atípico na Europa.

O CEO, Daniel Erver, disse que a recuperação das vendas que tem acontecido desde o clima frio de junho não será suficiente para ajudar a empresa a atingir a meta de margem de lucro operacional de 10%. Ele também apontou para a continuidade do alto custo de vida para os consumidores como fator de desafio.

No Reino Unido, as estatísticas da meteorologia apontam que foi o verão mais frio desde 2015.

O lucro operacional do terceiro trimestre no ano fiscal ficou em 3,51 bilhões de coroas (US$ 350 milhões), abaixo das estimativas dos analistas, embora a H&M tenha declarado que manteve um controle de custos durante o período.

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As ações da H&M caíram até 8,6% no início do pregão desta quinta-feira (26) em Estocolmo, o que significa que agora estão em baixa no acumulado do ano.

Os resultados foram obtidos em meio a uma mudança de estratégia para a empresa, sob o comando de Erver, que assumiu o cargo depois que Helena Helmersson deixou o cargo abruptamente em janeiro.

O plano de Erver é melhorar os produtos de vestuário que estão sendo vendidos e a aparência das lojas da H&M, bem como os esforços de marketing, em uma tentativa de atrair consumidores preocupados com sua situação financeira.

A H&M não dará mais prioridade a “coisas que não fortalecem nossas marcas ou que não contribuem para nossas vendas e lucratividade”, disse Erver em um comunicado.

O veterano da H&M, que começou como estagiário de verão em 2005, precisa melhorar a competitividade da H&M em relação à principal rival, a Inditex, dona da Zara, cujas ações subiram no início do mês depois que a empresa informou que seu terceiro trimestre estava com resultados positivos.

A H&M também enfrenta a crescente concorrência da Shein, uma empresa chinesa que opera um e-commerce em ascensão. A rede sueca tem recrutado celebridades populares entre a Geração Z, como Charli XCX e Lila Moss, para liderar a coleção outono-inverno 2024, em uma tentativa de atingir um grupo demográfico que tem tido dificuldades para conquistar.

Os consumidores mais jovens não são as únicas pessoas que a H&M precisa atrair. Em agosto, os analistas do Citigroup aconselharam os clientes investidores a vender ações da empresa sueca e comprar as da Inditex.

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As vendas líquidas no trimestre caíram um pouco, para 59,01 bilhões de coroas, e também ficaram ligeiramente abaixo das expectativas dos analistas. No entanto espera-se que as vendas em setembro aumentem 11% em moeda local em relação ao ano anterior, informou a H&M.

A alta das ações da H&M no período que antecedeu os resultados de hoje refletiu o otimismo em relação às vendas, uma vez que as temperaturas europeias ficaram claramente frias para a temporada de outono-inverno, de acordo com James Grzinic, analista de varejo da Jefferies.

No entanto,ele acrescentou: “O que é mais crítico hoje é uma perda de 24% nos lucros do terceiro trimestre antes de juros e impostos”.

“O guidance para impactos negativos sobre as mercadorias em geral, decorrentes de remarcações e fatores externos no quarto trimestre, combinado com um evidente aumento nos investimentos, provavelmente levará a consideráveis rebaixamentos de consenso”, disse o analista.

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