Hermès desafia desaceleração do mercado de luxo e de pares como LVMH

Gigante do luxo viu salto nas vendas em meio à forte demanda por consumidores na China; papéis também superam desempenho de rivais na bolsa

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Bloomberg — A Hermès teve uma forte demanda de consumidores chineses por seus produtos de luxo, mostrando sua resiliência em meio a uma desaceleração no setor.

Vendas a taxas de câmbio constantes saltaram 17% para 3,8 bilhões de euros (US$ 4,1 bilhões) no primeiro trimestre, disse a Hermès nesta quinta-feira (25). O resultado veio acima do esperado por analistas do mercado financeiro.

As ações subiram até 1,3% em Paris antes de apagarem esses ganhos, pois os investidores viram sinais de que a Hermès pode não ser, a médio prazo, imune à desaceleração observada por seus concorrentes.

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Os papéis da companhia, contudo, ainda superam o desempenho de pares como LVMH e Kering, proprietária da Gucci, neste ano.

A Hermès normalmente atende aos clientes mais afluentes, o que a torna mais resistente em um mercado desafiador de bens de luxo.

O desempenho contrasta com os desafios da Kering, que está tentando reverter as perdas de sua maior marca, a Gucci – os esforços estão levando tempo para dar frutos.

A receita da Hermès em seu mercado-chave da Ásia e Pacífico, excluindo o Japão, subiu 14% para 1,92 bilhão de euros no período, enquanto sua divisão crucial de artigos de couro e arreios cresceu 20%, ambos melhores do que o previsto.

A Hermès observou um tráfego menos intenso na China em março após o Ano Novo Chinês, com uma “ligeira erosão” dos clientes comprando produtos mais acessíveis, como seus lenços de seda.

Mas isso foi compensado pela compra de artigos de couro e joias mais caras, disse o diretor financeiro Eric du Halgouet a jornalistas durante a teleconferência de resultados.

Os perfumes e as divisões de beleza e seda da Hermès cresceram respectivamente 4,3% e 7,9% durante o trimestre.

A desaceleração nas vendas de produtos mais acessíveis, como perfumes, está sendo encarada por alguns investidores como um sinal de que a Hermès ainda pode sofrer pressão dos consumidores de renda média globalmente, escreveu em uma nota Edouard Aubin, analista do Morgan Stanley (MS).

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