Bloomberg — As vendas da Hermès dispararam no fim do ano passado, e o fabricante da bolsa Birkin prosperou em meio à desaceleração da demanda por bens de luxo com seu modelo exclusivo impulsionado pela escassez.
A receita do quarto trimestre aumentou 17,5% em taxas de câmbio constantes, disse a Hermès International em comunicado nesta sexta-feira (9). Os analistas esperavam um ganho de cerca de 14%. A empresa também anunciou planos para pagamento de um dividendo excepcional de € 10 por ação.
As ações subiram até 4,9% nas primeiras negociações em Paris, o que elevou o ganho deste ano para 13%, superando os concorrentes LVMH e Kering.
Apesar de um arrefecimento na demanda por produtos de luxo no boom pós-pandemia, a marca da Hermès ainda atrai clientes ricos dispostos a gastar em suas bolsas difíceis de serem obtidas e lenços de seda caros. Todas as principais divisões da empresa sediada em Paris cresceram pelo menos 10%.
Em uma conferência com jornalistas, o presidente executivo (CEO) da Hermes, Axel Dumas, disse que a empresa planeja aumentos de preço do produto de 8% a 9% em média em 2024, o que mostra o poder de precificação da marca em meio a um mercado de luxo mais “polarizado”.
O lucro operacional recorrente para o ano aumentou para € 5,65 bilhões (US$ 6,1 bilhões), superando as estimativas dos analistas.
O crescimento trimestral foi mais forte no Japão e nas Américas, enquanto a região da Ásia-Pacífico, excluindo o Japão, apresentou a menor taxa.
Dumas disse em sua última visita à China no quarto trimestre que observou um menor tráfego nos shoppings, mas que isso não afetou o desempenho das vendas da empresa.
Os resultados da Hermes se seguem um cenário misto para a indústria de luxo.
A LVMH, cujas marcas incluem Louis Vuitton e Christian Dior, e a proprietária da Cartier, Richemont, mostraram resiliência. Empresas em processo de reestruturação, como o Burberry Group e a proprietária da Gucci, a Kering, tiveram resultados menos favoráveis.
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