Bloomberg — As ações da Heineken (HEINY) caíram depois que a segunda maior cervejaria do mundo alertou que a inflação persistente e as preocupações econômicas afetarão a demanda por cerveja em 2024.
A cervejaria holandesa divulgou uma previsão abrangente de crescimento do lucro operacional de um único dígito alto a um único dígito baixo para 2024, à medida que o mercado de cerveja premium enfrenta desafios.
Os ganhos e as vendas subiram menos do que o esperado no ano passado com a queda dos volumes. As ações caíram até 6,5% na manhã desta quarta-feira (14) em Amsterdã – a maior queda intradiária em mais de cinco meses.
“Estamos confiantes em relação à direção da empresa, mas continuamos a atuar em um mundo turbulento, por isso escolhemos uma faixa relativamente ampla”, disse Dolf van den Brink, presidente e CEO da Heineken, em entrevista à Bloomberg News.
A cervejaria holandesa tem aumentado os preços para manter o crescimento da receita mesmo com a queda dos volumes.
A Heineken aumentou os preços das cervejas em dois dígitos no primeiro semestre do ano passado e em um dígito alto no segundo semestre. A empresa espera que o ritmo de aumento de preços se modere este ano, mas afirma que os custos de produção ainda estão subindo.
“Os preços impactaram os volumes, isso é óbvio. O que é bom é que estamos vendo a inflação começar a diminuir e, consequentemente, também estamos começando a moderar os preços que precisamos ajustar para compensar a inflação de custo de produção”, disse Van Den Brink.
A empresa disse nesta quarta-feira (14) que continua cautelosa em relação ao panorama econômico e geopolítico global e que seu foco será o crescimento da receita equilibrado entre volume e preço.
As previsões para o ano inteiro parecem “pouco impressionantes”, disse o analista da RBC Europe James Edwardes Jones em uma nota para clientes. Ele afirmou que a expectativa generalizada dos investidores era de uma “significativa melhora nas margens à medida que os custos de commodities diminuem”.
Analistas esperam que a empresa apresente um crescimento orgânico da receita de 5,3% e um lucro operacional de 4,9 bilhões de euros (US$ 5,3 bilhões) em 2024, de acordo com estimativas compiladas pela Bloomberg.
A segunda maior cervejaria do mundo, mais conhecida pela sua marca premium com o mesmo nome, tem enfrentado condições desanimadoras nos principais mercados de cerveja do Vietnã e Nigéria. Um verão chuvoso na Europa também prejudicou as vendas em 2023.
A empresa sediada em Amsterdã informou que a receita do ano inteiro aumentou 5,5% em termos orgânicos, abaixo das expectativas dos analistas de um aumento de 5,8%. O lucro operacional aumentou ligeiramente para 4,4 bilhões de euros, abaixo dos 4,5 bilhões de euros das estimativas dos analistas.
Os volumes de cerveja caíram 4,7% em termos orgânicos, mais do que a estimativa de queda de 4,4%.
Os resultados seguem a concorrente Carlsberg, que também apresentou uma perspectiva cautelosa na semana passada. A Carlsberg previu um crescimento moderado do lucro operacional entre 1% e 5% este ano, à medida que os consumidores reduzem o consumo de cerveja.
A principal cervejaria Anheuser-Busch InBev deverá divulgar seus resultados anuais no final deste mês.
-- Com a colaboração de Sarah Jacob.
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