Grupo St Marche tenta reestruturar dívida com credores, segundo fontes

Rede de supermercados para o público de alta renda tem o BTG Pactual como um dos principais credores e apresentava R$ 314 milhões em dívidas em 2023, no dado mais recente

Supermercado St Marche, em São Paulo
Por Giovanna Belotti Azevedo - Rachel Gamarski - Cristiane Lucchesi
13 de Fevereiro, 2025 | 04:55 PM

Bloomberg — O St Marche trabalha com assessores para tentar reestruturar a sua dívida, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto que falaram com a Bloomberg News.

A rede de supermercados para a alta renda tenta atualmente realizar uma reestruturação extrajudicial, disseram as pessoas.

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O BTG Pactual é um dos principais credores da empresa, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas pois as conversas não são públicas.

A rede varejista com sede em São Paulo é controlada pela L Catterton, a empresa de private equity com investimento do bilionário francês Bernard Arnault. O fundo tenta vender a sua participação no negócio, segundo a mídia local.

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O St Marche não quis comentar. O L Catterton e o BTG Pactual não responderam a pedidos de comentários.

As empresas de varejo no Brasil têm sido afetadas por altas taxas de juros e inflação persistente.

O Banco Central prevê que a inflação anual permanecerá acima da meta de 3% nos próximos meses, o que exige uma política monetária mais apertada.

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Os formuladores de política monetária devem levar a Selic, a taxa de juro de referência da economia, para 14,25% ao ano no mês que vem, marcando seu terceiro aumento consecutivo de um ponto percentual.

O St Marche tinha cerca de R$ 314 milhões em dívidas, de acordo com suas demonstrações financeiras de 2023, as últimas disponíveis. A rede de supermercados registrou um prejuízo de R$ 62 milhões em 2023, após perder mais de R$ 66 milhões em 2022.

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O St Marche foi fundado em 2002 por Bernardo Ouro Preto e Victor Leal e se expandiu gradualmente na cidade de São Paulo como uma rede de supermercados de alto padrão em bairros de renda média alta.

A empresa explorou em parte uma lacuna de mercado deixada pelo Pão de Açúcar, em particular quando o empresário Abilio Diniz perdeu o controle da rede para os franceses do Casino, mas também aproveitou uma tendência de aumento de consumo de importados pelos consumidores.

A L Catterton investiu na empresa em 2016, de acordo com seu site. Em 2021, a rede de supermercados contratou bancos para uma potencial oferta pública - que acabou fracassando.

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