Governo suíço rejeita proposta de imposto sobre heranças de ultrarricos

Grupo político apresentou plano de cobrar taxa de 50% sobre transferência de patrimônio acima de US$ 56 milhões. Regra ainda deve ir a votação popular

A decisão final será tomada pelos eleitores em uma votação que ainda não foi marcado (Foto: Stefan Wermuth/Bloomberg)
Por Bastian Benrath-Wright
13 de Dezembro, 2024 | 04:03 PM

Bloomberg — O governo da Suíça rejeitou uma proposta para aumentar os impostos sobre heranças para os ultrarricos, diminuindo as chances de aprovação do plano em uma votação nacional.

O governo respondeu a uma proposta apresentada pelo grupo político Jovens Socialistas no início deste ano para impor uma taxa de 50% sobre as heranças acima de 50 milhões de francos (US$ 56 milhões) a fim de arrecadar dinheiro para combater as mudanças climáticas. A decisão final será tomada pelos eleitores em uma votação que ainda não foi marcada.

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Em uma declaração na sexta-feira (13), o governo disse que os impostos mais altos prejudicariam a reputação do país e potencialmente custariam mais receita do que arrecadariam.

Embora os Jovens Socialistas tenham conseguido coletar mais de 100 mil assinaturas - o número necessário para a realização de um plebiscito - a proposta também provocou vários avisos de multimilionários e bilionários proprietários de empresas de que se mudariam do país, caso a proposta fosse apresentada.

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Citando um estudo realizado para as autoridades fiscais, o governo disse que o novo imposto poderia arrecadar mais de 4 bilhões de francos, se tudo continuasse igual. Mas estimou que mais de três quartos da receita fiscal potencial seriam perdidos porque os afetados deixariam a Suíça. Um êxodo de residentes ricos também afetaria outros impostos sobre a renda e a riqueza, deixando o Estado em pior situação, disse.

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(Fonte: Bloomberg)

“A iniciativa poderia levar à redução das receitas para o governo federal e, especialmente, para os municípios”, disse o governo. “Também criaria os incentivos errados para a proteção climática.”

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A proposta foi feita sob o sistema suíço de democracia direta, e o governo teve a opção de rejeitá-la ou apoiá-la.

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