Gol pede a credores ajuda de US$ 1 bilhão para reparos em aviões, segundo fontes

Companhia aérea que entrou com pedido de proteção contra credores nos EUA no fim de janeiro está com cerca de 20 aeronaves paralisadas, de sua frota de 140, por problemas em motores

Aeronave da Gol no aeroporto de Santos Dumont no fim de janeiro de 2024: empresa está sob a proteção de credores
Por Siddharth Vikram Philip e Cristiane Lucchesi
27 de Fevereiro, 2024 | 09:39 PM

Bloomberg — A Gol Linhas Aéreas (GOLL4), companhia aérea em recuperação judicial nos Estados Unidos pelo Chapter 11, está pedindo dinheiro novo aos arrendadores de seus aviões para ajudar a financiar reparos nos motores dessas aeronaves, segundo pessoas familiarizadas com o assunto que falaram à Bloomberg News.

A empresa tem atualmente pelo menos 20 de sua frota de 140 aeronaves paralisadas devido a motores que precisam de conserto, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as discussões são confidenciais.

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A conta para a revisão dos motores dos aviões parados, bem como de outras aeronaves de sua frota, é estimada em cerca de US$ 1 bilhão em três anos, disse uma das pessoas.

A companhia aérea brasileira entrou com pedido equivalenet à recuperação judicial em Nova York no final do janeiro, em uma tentativa de reorganizar sua dívida. Em dezembro de 2023, a Gol tinha US$ 8,3 bilhões em passivos totais e US$ 4,2 bilhões em dívidas financeiras, incluindo obrigações de leasing, dos quais US$ 2,1 bilhões possuem garantias, de acordo com a Moody’s.

Parte da reforma nas aeronaves será financiada por meio de um empréstimo na modalidade DIP (debtor-in-possession), no valor de US$ 950 milhões, ao mesmo tempo em que a Gol busca ajuda dos arrendadores para pagar a maior parte da conta, disseram as pessoas. A empresa também está pedindo aos arrendadores que concordem em trocar dívida antiga por capital, disseram as pessoas.

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As negociações ainda estão em seus estágios iniciais, mas os arrendadores estão inclinados a trabalhar com a Gol, pois enfrentam a perspectiva de terem que pagar sozinhos por toda a reforma e não receber o dinheiro investido de volta, disseram as pessoas.

Os juízes da recuperação judicial também podem estar inclinados a não permitir o retorno de aeronaves mais novas e operacionais, uma vez que a Gol precisaria delas para a sua reestruturação.

A empresa obteve US$ 950 milhões em um financiamento DIP para continuar a operar durante o processo de reorganização, concedido pelos credores de sua controladora Abra, incluindo fundos como o Elliott.

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A Gol continuará a renovar sua frota, devolvendo aeronaves mais antigas que estão paralisadas e recebendo aeronaves de nova geração, disse a Moody’s. A companhia aérea manterá o cronograma de recebimento de novas aeronaves atrasadas em 2023 e com entrega prevista para 2024.

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