Bloomberg — A Gol (GOLL4) entrou com o pedido do mecanismo equivalente à recuperação judicial nos Estados Unidos mais cedo do que planejava após a divulgação dos planos pela imprensa, disse um advogado da companhia aérea brasileira em uma audiência por meio de vídeo nesta sexta-feira (26).
O momento “sinceramente não foi escolhido pelo devedor”, disse o advogado da empresa, Evan Fleck, ao juiz de falências dos EUA, Martin Glenn. Para evitar que credores tomem medidas que possam prejudicar seus ativos, a gestão da empresa buscou proteção judicial em Nova York na quinta-feira (25).
Ao apresentar o pedido de recuperação, acionando o chamado Chapter 11, a empresa é capaz de bloquear qualquer esforço dos credores para apreender aviões ou outros bens. Nos EUA, tais casos de insolvência permitem que uma empresa continue a operar enquanto elabora um plano para reduzir a dívida e reorganizar as operações.
A empresa sediada em São Paulo voltará ao tribunal na próxima segunda-feira (29) para buscar aprovação de um novo empréstimo para ajudá-la a se manter em funcionamento durante o processo. A Gol obteve US$ 950 milhões em financiamento de um grupo de detentores de títulos, de acordo com um comunicado, como havia sido antecipado pela Bloomberg News na noite de quarta-feira (24).
A empresa tem lidado com um pesado fardo de dívidas - que chegavam a R$ 19,5 bilhões no total bruto ao fim de setembro passado - e enfrentado o questionamento de investidores a respeito de sua capacidade de continuar a operar em meio à recuperação no setor aéreo.
Após inicialmente evitar o destino de companhias aéreas prejudicadas pela pandemia, a empresa contratou a Seabury Capital no ano passado para ajudar a revisar sua dívida e outras obrigações financeiras.
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