Bloomberg — A Macquarie Capital decidiu remarcar a zero quase todo o seu investimento na startup indiana Byju’s, semanas após o grupo suíço Julius Baer acusá-la de cobrar taxas de administração baseadas em uma avaliação exagerada e desatualizada, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto que falaram à Bloomberg News.
A unidade do Macquarie Group da Austrália está reduzindo o valor de sua participação na edtech indiana em dificuldades, que já chegou a ser a mais valiosa do mundo, em cerca de 98%, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas porque o assunto é privado. A Macquarie Capital investiu algumas centenas de milhões de dólares na Byju’s em 2021, disseram as pessoas.
A medida ocorre depois que o diretor de investimentos do Julius Baer, Yves Bonzon, enviou uma carta à Macquarie Capital em janeiro, dizendo que a empresa estava lenta demais para reavaliar a participação e fornecer informações.
Bonzon disse que a Macquarie Capital continuou a cobrar dos clientes com base em uma rodada de financiamento de 2022 que avaliou a Byju’s em US$ 22 bilhões, mesmo depois que outros investidores reduziram suas avaliações em até 95%, de acordo com a carta vista pela Bloomberg News.
Os clientes do Julius Baer investiram por meio de um fundo feeder em um veículo da Macquarie que detinha a participação na Byju’s.
O Julius Baer se recusou a comentar. Um porta-voz da Macquarie disse que a informação estava “incompleta e desatualizada”, sem dar mais detalhes.
Fundada pelo empreendedor Byju Raveendran, a Byju’s já foi a startup de tecnologia mais valiosa da Índia. Seu valor de mercado caiu desde então nos portfólios de muitos outros investidores institucionais. Mas a Macquarie Capital continuou a calcular taxas de gestão com base em um valor patrimonial líquido que já não representava intrinsicamente o que a Byju’s vale, escreveu Bonzon.
“Acreditamos que isso demonstra um desincentivo para a Macquarie desvalorizar a posição, apesar dos fortes indícios do mercado de que a avaliação de março de 2022 já não se sustenta, em contravenção aos seus deveres fiduciários como gestor de fundos”, escreveu Bonzon na carta datada de 22 de janeiro, que duas das pessoas disseram ter sido entregue tanto eletronicamente quanto pessoalmente.
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