Gasoduto Néstor Kirchner, que busca crédito do BNDES, entra em operação

Primeira etapa do projeto com 573 km foi inaugurada e atravessa quatro províncias na Argentina; estima-se que a economia na importação de gás será de US$ 1 bi/ano

As empresas Techint, Sacde e BTU foram responsáveis pela construção do gasoduto (Foto: Secretaria de Energia da Argentina)
Por Mariano Espina (BR) - Redação Brasil
11 de Julho, 2023 | 01:05 PM
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Bloomberg Línea — O gasoduto Néstor Kirchner, que conecta os campos de Vaca Muerta com a província de Buenos Aires e aumenta a capacidade de transporte de gás dos poços para os centros urbanos, foi inaugurado neste domingo (9). Há cerca de três semanas, o gasoduto começou a ser preenchido com gás na região produtor. Agora, ele entra em operação com o fluxo ativado entre Vaca Muerta e Buenos Aires.

De Tratayen à província de Buenos Aires, a primeira etapa do gasoduto tem 573 quilômetros e atravessa quatro províncias: Neuquén, Río Negro, La Pampa e Buenos Aires.

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Ao reduzir as importações de gás natural liquefeito (GNL), a obra vai gerar uma economia de US$ 1 bilhão por ano, de acordo com estimativas oficiais.

Após o prosseguimento da segunda etapa – que liga a província de Buenos Aires à província de Santa Fé para chegar aos gasodutos no norte do país – que o governo argentino pretende realizar com financiamento privado, o Estado argentino poderá reduzir as importações de gás e combustíveis alternativos (diesel e óleo combustível) para geração de eletricidade e economizar em um ano inteiro “entre US$ 4 bilhões e US$ 4,3 bilhões por ano”.

Há expectativas por parte do governo argentino de que o BNDES, banco estatal brasileiro de incentivo ao desenvolvimento, ou empresas privadas do país vizinhos entrem na empreitada. Para o Brasil, a ampliação do gasoduto de Vaca Muerta até o norte do país ajudaria a conectar os campos do gás até o estado do Rio Grande do Sul.

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O governo argentino espera que este primeiro trecho da obra esteja 100% concluída até novembro deste ano. Para atingir essa porcentagem restante, a Enarsa informou que é necessário concluir principalmente o trabalho de recomposição da via, a conclusão mecânica das instalações não necessárias para o comissionamento seguro e confiável, entre outras tarefas.

Mas o início da operação das três plantas de compressão também está pendente, estando atualmente programado para outubro e novembro deste ano:

  • L12 R1: Planta de Compressão Tratayen – outubro de 2023
  • L12 R2: Planta de Compressão Salliqueló – novembro de 2023
  • L7 R5: Planta de Compressão Mercedes – outubro de 2023

O custo da obra foi estimado em US$ 2,8 bilhões e financiado com fundos estatais provenientes do orçamento do programa do governo argentino TransportAr e do imposto único sobre grandes riquezas sancionado em 2021.

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A obra começou a ser planejada em 2018, quando o gás produzido em Vaca Muerta permitiu avançar nessa nova rota. A crise que o governo de Mauricio Macri estava atravessando e os detalhes do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) adiaram a obra.

Macri convocou uma licitação em 2019, mas o governo de Alberto Fernández a suspendeu em 2020, durante o início da pandemia, com dificuldades para financiar a obra.

Finalmente, o governo avançou por meio da Enarsa com a licitação para a obra em junho de 2022 e conseguiu concluir a obra em doze meses.

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Empresas envolvidas

  • Construção: Os três primeiros trechos da obra, com um total de 487 quilômetros, estão a cargo de uma joint venture formada pela Techint (do grupo presidido por Paolo Rocca) e pela Sacde (empresa de Marcelo Midlin). O trecho quatro da primeira parte (133 quilômetros) ficará a cargo da empresa BTU.
  • Tubulação: Os tubos foram fornecidos pela Tenaris, do Grupo Techint, após vencer a licitação.
  • Operação e manutenção: o contrato com a TGS foi concedido por cinco anos.
  • Produção de gás: YPF (YPF), Shell, Pampa Energía (PAMP), PAE, CGC, Pluspetrol, Tecpetrol, Total, Exxon Mobil (XOM), Petrobras (PETR3; PETR4), Vista (VIST) e Wintershall Dea foram as vencedoras do contrato do Plano de Gás 4 e 5, que inclui o gás para abastecer o gasoduto.

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Mariano Espina

Mariano Espina (BR)

Jornalista argentino com especialização em política. Anteriormente, trabalhou nas redações do jornal El Economista e do portal Data Clave. Graduado em jornalismo pela Universidade de El Salvador.