Fortuna das 500 pessoas mais ricas do mundo atinge US$ 10 trilhões em 2024

Musk foi o grande vencedor do ano, e acrescentou US$ 213 bilhões à sua fortuna após a eleição de Trump nos EUA; CEO da Nvidia, Jensen Huang e Mark Zuckerberg, da Meta, também integram lista

Iate Evrima, da Ritz-Carlton Yatch Collection, marca do grupo Mariott
Por Dylan Sloan - Jack Witzig
31 de Dezembro, 2024 | 09:51 AM

Bloomberg — As 500 pessoas mais ricas do mundo ficaram mais abastadas em 2024. Os CEOs Elon Musk (Tesla, SpaceX e xAI), Mark Zuckerberg (Meta) e Jensen Huang (Nvidia) lideraram o grupo de bilionários rumo a um novo marco: uma fortuna combinada de US$ 10 trilhões.

Uma alta nas ações de tecnologia dos EUA desempenhou um papel fundamental no crescimento da riqueza do trio, assim como nas fortunas dos fundadores de outras gigantes: Larry Ellison (Oracle), Jeff Bezos (Amazon), Michael Dell (Dell) e dos cofundadores do Google, Larry Page e Sergey Brin.

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Esses oito titãs da tecnologia, sozinhos, acumularam mais de US$ 600 bilhões extras neste ano, e representaram 43% do aumento de US$ 1,5 trilhão entre as 500 pessoas mais ricas acompanhadas pelo Índice de Bilionários da Bloomberg.

Mas foi Musk — o chamado “melhor amigo” do presidente eleito Donald Trump, após um apoio à sua campanha de reeleição — quem dominou a lista dos mais ricos do mundo em 2024.

Sua relação próxima com o novo presidente ajudou a aumentar o valor de suas empresas, como Tesla, SpaceX e xAI. Isso impulsionou sua fortuna para um recorde histórico de US$ 442,1 bilhões, um aumento de US$ 213 bilhões desde o início do ano.

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A diferença de US$ 237 bilhões entre ele e Bezos em 17 de dezembro foi a maior já registrada entre o primeiro e o segundo colocados no índice de riqueza da Bloomberg.

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De forma geral, os mais ricos do mundo se beneficiaram de um mercado acionário que desafiou as expectativas em 2024.

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O índice S&P 500 subiu 24% até segunda-feira, impulsionado por um pequeno grupo de ações apelidadas de “As Sete Magníficas”, que inclui a Tesla de Musk, a Meta. de Zuckerberg e a Nvidia de Huang. Esses três papéis representaram mais da metade do desempenho do índice de ações no ano.

A vitória de Trump nas eleições também impulsionou os ganhos: o S&P 500 atingiu uma alta histórica em 6 de novembro, marcando o melhor desempenho pós-eleitoral de sua história.

Os bilionários representados no índice acumularam um total combinado de US$ 505 bilhões nas cinco semanas seguintes às eleições, 34% do total anual.

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A vitória de Trump também desencadeou uma alta histórica nos ativos digitais, o que levou o bitcoin a superar os US$ 100.000 pela primeira vez. Isso beneficiou especialmente os bilionários do setor de criptomoedas: Changpeng Zhao, da Binance, conhecido como CZ, viu sua fortuna aumentar 60%, para US$ 55 bilhões. A riqueza de Brian Armstrong, cofundador da Coinbase, cresceu mais de 50%, e chegou a US$ 11,1 bilhões.

O valor total das fortunas acompanhadas pelo Índice de Bilionários da Bloomberg foi de US$ 9,8 trilhões no fechamento de segunda-feira (30), ligeiramente abaixo do pico de US$ 10,1 trilhões em 11 de dezembro, após uma venda massiva no período pós-Natal.

Essas fortunas são semelhantes, em tamanho, ao PIB combinado da Alemanha, Japão e Austrália no ano passado, segundo dados compilados pelo Banco Mundial.

Aqui estão alguns dos maiores vencedores e perdedores do ano:

Vencedores

  • Donald Trump: A fortuna do presidente eleito atingiu níveis recordes este ano, impulsionada pelo desempenho de sua participação majoritária na Trump Media & Technology Group. Apesar de registrar um prejuízo de US$ 19,2 milhões no último trimestre, a DJT, como a empresa de mídia social é conhecida, teve um aumento de 95% neste ano, e alcançou um valor de mercado superior a US$ 7 bilhões.
  • Jensen Huang: O CEO da Nvidia foi um dos maiores vencedores individuais do boom da IA até agora, ao adicionar US$ 76 bilhões à sua fortuna em 2024. As ações da Nvidia quase triplicaram neste ano, e a empresa tornou-se a mais valiosa do mundo pela primeira vez em junho.
  • Mark Zuckerberg: Apesar de uma multa antitruste de US$ 841 milhões da União Europeia e da hesitação inicial dos investidores em relação ao investimento da Meta em IA, o CEO da empresa adicionou US$ 81 bilhões à sua fortuna neste ano, com as ações da Meta subindo quase 70%.
  • Bilionários chineses: Pony Ma, da Tencent, Lei Jun, da Xiaomi, e Chen Tianshi, da Cambricon Technologies aumentaram suas fortunas em 14% em 2024, e reverteram três anos consecutivos de perdas.
  • Bilionários com menos de 60 anos: Os bilionários mais jovens na lista cresceram suas fortunas mais do que o dobro em relação aos mais velhos este ano, representando 27% do índice.

Perdedores

  • Bilionários franceses do luxo: As fortunas de Bernard Arnault (LVMH), Francoise Bettencourt Meyers (L’Oréal) e Francois Pinault (Kering) caíram significativamente em 2024. Eles perderam um total de US$ 71 bilhões devido à desaceleração nas vendas de luxo, especialmente no mercado chinês.
  • Colin Huang: O magnata do e-commerce chinês teve a maior queda de riqueza entre os bilionários chineses. Ele perdeu US$ 18 bilhões após um relatório financeiro decepcionante.
  • Ricardo Salinas: O presidente do Grupo Elektra SAB perdeu mais da metade de sua fortuna em um único dia após um colapso nas ações de sua empresa.
  • Carlos Slim: O magnata mexicano perdeu US$ 26 bilhões devido a taxas de câmbio desfavoráveis e mercados enfraquecidos após a vitória de Claudia Sheinbaum nas eleições presidenciais do México.
  • Pham Nhat Vuong: O empresário vietnamita viu sua fortuna cair pela metade devido a um declínio nas ações de sua empresa de veículos elétricos, a Vinfast Auto.

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