Fornecedora de navios-plataforma espera novas encomendas da Petrobras, diz CEO

Em entrevista à Bloomberg News, Oivind Tangen, da SBM Offshore, diz que aguarda novas licitações para atender projeto na bacia de Sergipe-Alagoas

FPSO Sepetiba
Por Peter Millard
12 de Setembro, 2024 | 04:19 PM

Bloomberg — A multinacional SBM Offshore, que projeta e constrói navios-plataforma para empresas petrolíferas, tem duas embarcações a caminho do Brasil e espera que a Petrobras (PETR3; PETR4) faça novas encomendas para unidades semelhantes, a fim de ajudar a acelerar o crescimento da produção.

O navio Almirante Tamandaré, com capacidade de produção de 225.000 barris por dia, está na rota para o país e deve chegar ao Brasil este ano.

Uma unidade semelhante está quase concluída em um estaleiro chinês e chegará em 2025, disse o CEO Oivind Tangen em uma entrevista à Bloomberg News.

A SBM também espera que a Petrobras relance uma licitação para a compra de dois navios de produção, armazenamento e descarga flutuantes — ou FPSOs, na sigla em inglês — para um projeto offshore na bacia de Sergipe-Alagoas, disse ele.

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"Para a SBM, o Brasil sempre representou, acho que nas últimas décadas, cerca de 50% das atividades, e isso vai continuar assim", disse Tangen. "É um ótimo momento para nós."

Leia também: Petrobras avalia projeto de US$ 800 mi para fábrica de fertilizante, dizem fontes

O rápido crescimento no Brasil e na Guiana tende a aumentar a oferta de petróleo no mercado global, complicando os esforços da Opep+ para restringir os suprimentos a fim de sustentar os preços.

A Bloomberg Intelligence espera que a produção brasileira atinja até 200.000 barris por dia este ano, graças, em parte, ao FPSO Sepetiba, da SBM, que começou a produzir por volta do início de 2024.

A SBM também é uma importante fornecedora da Exxon Mobil na Guiana e aguarda que a TotalEnergies tome uma decisão final de investimento para um FPSO no Suriname.

Se a SBM conseguir se tornar uma parceira bem-sucedida da TotalEnergies no Suriname, isso poderá abrir as portas para outros FPSOs na Namíbia, onde a empresa francesa fez descobertas offshore, disse ele.

"Tendo a chance de demonstrar nossas capacidades à Total, esperamos que isso também nos dê alguma visão e incursões em possíveis desenvolvimentos na Namíbia", disse ele.

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