Bloomberg — A Ford Motor (F) vai oferecer carregadores domésticos com instalação gratuita para os clientes que comprarem seus veículos elétricos, na mais recente estratégia agressiva para tentar impulsionar as vendas e superar a preocupação de autonomia da bateria entre os motoristas.
O programa de incentivo começará nesta terça-feira (1º) e se estenderá até o final do ano, disseram funcionários da Ford em uma reunião com jornalistas. Ele está disponível para os três modelos elétricos da montadora: o Mustang Mach-E, a picape F-150 Lightning e a van de carga E-Transit.
A oferta é uma nova abordagem de vendas para lidar com o que os consumidores dizem ser o principal obstáculo para a compra de um veículo elétrico – o medo de ficar sem energia ao percorrer longas distâncias.
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A Ford diz que sua pesquisa mostra que os veículos elétricos são carregados em casa mais de 80% do tempo e espera aliviar a ansiedade em relação à autonomia ao fornecer carregadores nas garagens e nas entradas de garagem dos compradores, que eles podem usar para recarregar durante a noite.
Nesse sentido, a Ford quer que os consumidores vejam os veículos elétricos como uma forma de abastecimento mais parecida com a de um telefone celular do que com a de um carro a gasolina.
“Não é com a ansiedade da autonomia que estamos lidando, é com a ansiedade da mudança”, disse Martin Delonis, gerente sênior de estratégia da unidade Model e EV da Ford, aos jornalistas.
“Um veículo elétrico se abastece quando você não está prestando atenção – um abastecimento passivo durante a noite, como carregar um smartphone.”
Qualquer pessoa que compre ou alugue um veículo elétrico da Ford durante o período da promoção tem direito a um carregador de US$ 1.310, além da instalação, que pode custar mais de US$ 1.000.
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Para os consumidores cujas condições de vida não permitem um carregador doméstico, como os moradores de apartamentos, a Ford vai oferecer um incentivo em dinheiro de US$ 2.000 por meio de suas concessionárias.
Embora as vendas de veículos elétricos 2024 da Ford até agosto tenham aumentado 58% em relação ao mesmo período do ano anterior, elas representaram apenas 4,4% da receita geral da montadora nos Estados Unidos.
O CEO Jim Farley havia dito anteriormente que esperava que metade das vendas viesse de veículos movidos a bateria até o final da década, uma meta que a empresa abandonou desde então.
O crescimento lento fez com que a Ford cortasse a produção e os preços, além de cancelar e adiar o desenvolvimento de novos modelos elétricos.
A montadora prevê que perderá até US$ 5,5 bilhões em seu negócio de veículos elétricos neste ano e se esforça para desenvolver modelos plug-in de baixo custo para competir com os veículos elétricos chineses baratos.
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