Ferrari continua comprometida com motor a combustão por mais anos, diz CEO

Benedetto Vigna diz à Bloomberg News que prefere ouvir os clientes e que é preciso oferecer uma ‘experiência única de direção’ não importa a forma de propulsão

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Bloomberg — A Ferrari não desistirá dos veículos com motores a combustão nos próximos anos, disse o CEO da montadora de super carros esportivos, Benedetto Vigna.

Isso significa que a centenária empresa italiana continua comprometida com uma gama completa de carros de combustão para uma ampla quantidade de compradores, segundo ele.

Mesmo que a Ferrari planeje revelar seu primeiro modelo totalmente elétrico no final de 2025, o CEO seguirá em frente com a estratégia de inovar com novas tecnologias, mantendo-se aberto a uma série de soluções, disse ele em uma entrevista para o podcast em italiano da Bloomberg News.

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É um equilíbrio delicado para a montadora, dado que consumidores mais jovens tendem a preferir os elétricos, mas muitos clientes estabelecidos não querem abrir mão do “rugido” característico de uma Ferrari.

"Alguns clientes em potencial me dizem que só se juntariam à comunidade Ferrari se pudessem comprar um elétrico", disse o CEO. Outros dizem que "nunca comprariam uma Ferrari elétrica".

Os comentários de Vigna foram feitos em um momento desafiador para o setor automotivo de alto padrão, já que os fabricantes lutam para reduzir as emissões enquanto a demanda por veículos elétricos tem diminuído e os governos reduzem os subsídios.

A Mercedes-Benz interrompeu o desenvolvimento de bases separadas para sedãs elétricos para economizar dinheiro e planeja vender carros movidos a gasolina até a década de 2030.

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O CEO da Lamborghini, Stephan Winkelmann, disse recentemente acreditar que ainda é muito cedo para a empresa tornar seus exclusivos carros esportivos de alto desempenho totalmente elétricos.

Mas, em outros mercados, a concorrência em veículos elétricos tem se intensificado. A chinesa BYD apresentou em fevereiro um carro elétrico de alto desempenho ao preço de 1,68 milhão de yuans (US$ 232 mil) que, pelo menos em teoria e no desejo da marca, desafiaria a Ferrari e a Lamborghini.

Vigna disse que prefere ouvir os clientes em vez de se fixar em uma única tecnologia, o que combina com o fato de que os modelos híbridos - uma espécie de compromisso para a empresa - foram responsáveis por cerca de metade das vendas de carros novos da empresa no último trimestre.

“A Ferrari precisa ser capaz de oferecer aos clientes uma experiência de direção única, independentemente do tipo de propulsão do motor”, disse Vigna. Isso significa opções tradicionais, híbridas e totalmente elétricas, disse ele.

Ainda assim, o CEO tem sido a força motriz por trás da mudança gradual em direção à energia da bateria, e uma fábrica dedicada à construção de carros híbridos e elétricos estará pronta no fim desta semana.

"É apenas uma questão de ouvir diferentes vozes para obter uma visão completa", disse Vigna.

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