Bloomberg — A família Agnelli vendeu uma participação de cerca de 3 bilhões de euros (US$ 3,15 bilhões) na Ferrari NV, depois que o valor da fabricante de supercarros aumentou mais de 10 vezes desde sua oferta pública inicial nos EUA.
A Exor, veículo de investimento do clã Agnelli, busca se desfazer de sete milhões de ações ordinárias da montadora de carros de luxo, de acordo com um comunicado na quarta-feira. A família bilionária continuará sendo a maior acionista da Ferrari, mantendo cerca de 30% de seus direitos de voto.
A venda equivale a cerca de 4% do capital em circulação e será executada por meio de uma oferta acelerada de bookbuilding para investidores institucionais, de acordo com o mesmo comunicado. O Goldman Sachs e o JPMorgan estão organizando a venda e espera-se que a oferta seja concluída em 3 de março.
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As ações da Ferrari caíram até 5,4% para US$ 477,47 em Nova York após o anúncio, a maior queda desde novembro de 2024.
Os recursos serão usados para uma nova aquisição "considerável" e 1 bilhão de euros para uma recompra de ações, disse a Exor.
"A transação nos permitirá reduzir nossa concentração e melhorar a diversificação", disse o CEO da Exor, John Elkann, no comunicado. "Nosso apoio à Ferrari e nossa confiança em seu futuro sólido são inabaláveis".
Em uma declaração separada, a Ferrari disse que comprará até 10% das ações alienadas pela Exor, até um máximo de 300 milhões de euros.
A Ferrari é uma das marcas de luxo mais icônicas do mundo. O diretor executivo Benedetto Vigna está empenhado em manter a linha de produtos da Ferrari exclusiva, apoiando-se em serviços de personalização para aumentar o lucro.
Anteriormente pertencente à Fiat, a fabricante de automóveis fundada pela família Agnelli e atualmente parte da Stellantis NV, a Ferrari foi desmembrada há cerca de 10 anos. Sua capitalização de mercado, na Bolsa de Valores de Nova York, cresceu e chegou a US$ 125 bilhões.
--Com a ajuda de Pablo Mayo Cerqueiro.
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