Bloomberg — A Exxon Mobil (XOM) está em negociações para adquirir a Pioneer Natural Resources (PXD) de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto, aproximando-se de sua maior aquisição em mais de duas décadas, à medida que a gigante da energia busca se tornar a maior produtora de óleo de xisto dos EUA.
Com esse valor, o acordo seria potencialmente o maior do mundo este ano, superando a aquisição de US$ 43 bilhões da gigante farmacêutica Pfizer da fabricante de medicamentos contra o câncer Seagen, anunciada em março. Seria também a maior aquisição da Exxon desde a fusão com a Mobil em 1999, e tornaria a gigante da energia a maior produtora na mais prolífica bacia petrolífera dos EUA.
Embora esteja em estágio avançado, o fechamento da transação ainda não é certo, segundo o Wall Street Journal. Em resposta aos pedidos de comentário da Bloomberg, tanto a Exxon quanto a Pioneer disseram que não comentam “rumores de mercado”.
Um acordo com a Pioneer uniria dois dos maiores detentores de áreas na Bacia do Permiano, no Texas e no Novo México, tornando a Exxon, de longe, a maior produtora do campo de petróleo, com uma produção de cerca de 1,2 milhão de barris por dia - mais do que muitas nações da OPEP. Isso também estenderia o estoque da Exxon de locais de perfuração de alto nível na bacia por décadas, fornecendo petróleo bruto de baixo custo e baixo risco muito além de 2050 para alimentar sua gigantesca rede de refinarias na Costa do Golfo.
As ações da Pioneer fecharam a US$ 214,96 cada uma na quinta-feira, avaliando a empresa em US$ 50,1 bilhões. Esta manhã, antes da abertura das bolsas, às 7h09 de Brasília, as ações da Pioneer disparavam +11,30%, enquanto as da Exxon caíam -1,61% em Nova York.
As atenções têm se voltado para o futuro da Pioneer desde que o fundador e CEO Scott Sheffield disse em abril que planejava se aposentar no final do ano. Sheffield trabalha no Permiano desde a década de 1970 e é considerado o arquiteto do boom do xisto que transformou os EUA em uma potência petrolífera.
A Exxon tem procurado aquisições no Permiano há anos, mas tem tido dificuldades com o momento certo.
As finanças da empresa foram afetadas durante a pandemia, com a queda dos preços do petróleo e o aumento dos gastos de capital em grandes projetos globais, forçando a Exxon a tomar emprestado bilhões de dólares para pagar dividendos aos acionistas.
Depois de reduzir os gastos, cortar custos e colher os benefícios dos investimentos da era da pandemia, os lucros da Exxon aumentaram para um recorde de US$ 59 bilhões em 2022. As ações, por sua vez, subiram mais de 80% no ano passado, fornecendo a força financeira para um possível acordo com a Pioneer que definiria uma era.
O CEO da Exxon, Darren Woods, disse aos investidores em julho que a empresa continuava a analisar possíveis fusões e aquisições, mas que permaneceria “exigente” e focada na criação de valor.
-- Com a colaboração de Shoko Oda, Mitchell Ferman e Joe Ryan.
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