Bloomberg — A chefe de relações com a mídia do Baidu renunciou ao cargo após postar uma série de vídeos endossando o trabalho 24 horas por dia, 7 dias por semana e menosprezando o bem-estar da equipe, reacendendo o debate sobre a cultura de longas jornadas, principalmente no setor de tecnologia.
Qu Jing deixou o cargo na quinta-feira (9), de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg News, depois de postar pelo menos quatro vídeos nos quais ela falava sobre manter seu telefone ligado 24 horas por dia, 7 dias por semana e alertava seus subordinados para seguirem a linha.
“Não sou sua sogra”, disse ela em um dos clipes que postou no Douyin, a versão chinesa do TikTok.
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Os comentários da executiva repercutiram nas redes sociais na China e desencadearam um debate sobre as exigências que as empresas de tecnologia impõem à sua força de trabalho, muitas vezes jovem.
Apelidada de “996″ devido à tendência de exigir que os funcionários trabalhem das 9h às 21h, seis dias por semana, a prática passou a ser investigada depois que as mortes inexplicáveis de vários funcionários de tecnologia chegaram às manchetes.
Pequim alertou as empresas sobre o trabalho excessivo durante uma investigação mais ampla ao setor que começou em 2020, embora a prática tenha perdurado – especialmente quando os empregos secaram durante uma desaceleração econômica.
Mais tarde, Qu se desculpou, dizendo que essas eram suas opiniões pessoais e não as do Baidu.
Um porta-voz do Baidu não respondeu às mensagens de texto solicitando comentários.
Embora Qu tenha obtido uma infinidade de respostas indignadas, alguns comentaristas nas redes sociais disseram que ela estava apenas falando a verdade sobre uma indústria que agora luta para crescer. A executiva deletou seus vídeos na sexta-feira e sua página apenas trazia seu pedido de desculpas.
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