Eurofarma conclui aquisição na Colômbia e adota marca única em genéricos para LatAm

Indústria farmacêutica da família Billi adota a marca Genfar, que pertencia à Sanofi, para os mercados da região (exceto Brasil), em informação antecipada pela Bloomberg Línea

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Bloomberg Línea — A Eurofarma, uma das maiores empresas farmacêuticas do país, dá novo passo em sua estratégia de crescimento em mercados externos com a conclusão da aquisição da colombiana Genfar na última sexta-feira (29) e a adoção dela como sua marca unificada para medicamentos genéricos na América Latina, exceto o Brasil, segundo informação antecipada pela Bloomberg Línea.

“A aquisição consolida nossa presença regional e nos permite avançar nos planos de internacionalização, crescendo e reinvestindo continuamente no negócio através de nossa força comercial, inovação e movimentos de fusões e aquisições [M&A]”, disse Marco Billi, CEO Internacional da Eurofarma, em comunicado.

No primeiro semestre, 19% da receita líquida tiveram origem em operações fora do Brasil, com destaque para México, América Central, Colômbia e Chile.

A aquisição da Genfar, que pertencia à francesa Sanofi, havia sido anunciada em março deste ano pelo valor de 299 milhões de euros. A empresa tem presença no país-natal, a Colômbia, e também no Peru e em Equador.

A América Latina, em particular, tem se mostrado um dos mercados mais importantes para farmacêuticas globais, como a própria Sanofi, a suíça Novartis, a alemã Bayer e a americana Pfizer, entre outras, em razão do crescimento acima do de outras regiões.

A Genfar, fundada em 1967, conta com cerca de 350 produtos em 12 classes terapêuticas, uma fábrica e um centro de desenvolvimento em Cali, na Colômbia, e mais de 500 colaboradores. O principal executivo da companhia, o general manager Agustín Vincent, seguirá na liderança.

Até então, antes da adoção da Genfar para a América Latina (menos Brasil), a Eurofarma atuava com a marca Momenta justamente na Colômbia, no Peru e no Equador, além do Chile; e com a marca que leva o nome da empresa em outros mercados da região.

“Vamos trabalhar para levar a marca Genfar a outras geografias e nos manter na rota de liderança na região”, disse Maria del Pilar Muñoz, vice-presidente de Sustentabilidade e Novos Negócios da Eurofarma, em comunicado.

Segundo a companhia que tem seu principal complexo de produção e pesquisa em Itapevi, na Grande São Paulo, com a aquisição, ela se posiciona na segunda posição na venda de medicamentos para o varejo na América Latina. Os negócios estão concentrados em prescrição e genéricos.

A Eurofarma, apontada com frequência como candidata a um IPO (oferta pública inicial) em razão do tamanho e do alcance de seus negócios - ela obteve registro de companhia aberta junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) em 2022 -, está presente em 22 países, incluindo toda a América Latina, os Estados Unidos e mercados da África. Tem mais de 11.000 colaboradores.

A empresa fundada pelo casal de imigrantes italianos Galliano e Maria Teresa Billi em 1972 e comandada há mais de duas décadas pelo filho Maurizio Billi obteve receitas líquidas de R$ 8 bilhões no ano passado, com crescimento de 13,3% na comparação com 2021; o Ebitda ajustado (métrica de geração de caixa operacional) subiu 22,6% e alcançou R$ 2,37 bilhões.

Neste ano, as receitas líquidas somaram R$ 4,34 bilhões no primeiro semestre, com alta de 12,7%.

Os investimentos em P&D (pesquisa e desenvolvimento) somaram R$ 590,6 milhões, com expansão anual de 63%, como reflexo do plano de avançar em novos medicamentos. Neste ano a previsão é que o investimento também fique na casa de R$ 600 milhões. São mais de 600 pesquisadores que trabalham em um pipeline que conta com mais de 400 produtos em desenvolvimento atualmente.

A companhia atua também com medicamentos OTC (que não precisam de prescrição) e nos segmentos hospitalar e de oncologia. Neste ano, estreou com a marca OAZ em cuidados pessoais e higiene, como parte da estratégia de ampliar o portfólio.

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