EUA avaliam empréstimo de até US$ 550 milhões para mina de níquel no Brasil

Medida ocorre enquanto americanos tentam garantir minerais essenciais para reduzir a dependência da China, que domina a cadeia de suprimentos de metais importantes para a transição energética

O projeto deve produzir 27 mil toneladas métricas de níquel e 900 toneladas métricas de cobalto por ano
Por Mariana Durao
09 de Dezembro, 2024 | 04:10 PM

Bloomberg — O governo dos Estados Unidos está avaliando a possibilidade de conceder um empréstimo de até US$ 550 milhões para ajudar no desenvolvimento de uma mina de níquel e cobalto no Nordeste do Brasil.

A Brazilian Nickel recebeu uma carta da US International Development Finance Corporation (DFC) expressando seu interesse em apoiar o projeto Piauí Nickel. A empresa espera converter a carta de interesse em uma linha de financiamento comprometida no início de 2025. O valor representa quase 40% do pacote geral de financiamento do projeto, disse a empresa em um comunicado.

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A medida ocorre em um momento em que os EUA trabalham para garantir minerais essenciais para reduzir a dependência da China, que domina a cadeia de suprimentos de muitos metais importantes, incluindo aqueles necessários para a transição energética.

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O Piauí “representa uma oportunidade de avançar no desenvolvimento de minerais essenciais no Brasil, diversificar as cadeias de suprimentos essenciais e promover o crescimento econômico na região”, disse Danielle Montgomery, vice-presidente interina de infraestrutura e minerais essenciais da DFC, em um comunicado.

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O projeto deve produzir 27 mil toneladas métricas de níquel e 900 toneladas métricas de cobalto por ano durante os primeiros dez anos de operação.

Em setembro, o CEO da Brazilian Nickel, Mark Travers - ex-diretor de metais básicos da gigante da mineração Vale - disse que estava “muito otimista” quanto a ter um projeto totalmente financiado em 2025, com a primeira produção prevista para 2028.

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O Brazilian Nickel faz parte do portfólio da empresa de metais para baterias TechMet, que conta com a DFC como um de seus acionistas. A empresa investe em ativos que produzem, processam e reciclam minerais críticos que são fundamentais para a indústria de veículos elétricos e para a transição energética.

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