Estas são as 10 maiores empresas familiares do mundo e da América Latina

JBS aparece em primeiro lugar entre as maiores empresas familiares da América Latina, com receitas anuais de US$ 73 bilhões, à frente dos grupos de Carlos Slim e dos Moreira Salles

JBS
30 de Março, 2025 | 01:30 PM

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Bloomberg Línea — As 500 maiores empresas familiares do mundo geram coletivamente mais de US$ 8,8 trilhões em receita anual, um aumento de 10% em relação ao ano anterior, de acordo com um relatório da empresa de consultoria EY, em colaboração com a Universidade de St. Gallen, publicado a cada dois anos desde 2015.

“Para colocar isso em perspectiva: durante o mesmo período, o PIB global cresceu apenas 3,3%. Em outras palavras, o dinamismo dessas empresas familiares excede em muito o ritmo do restante da economia global”, disse o analista com certificação CFA e especialista em gestão de patrimônio Jonathan Combeau, ao comentar o relatório da EY sobre as 500 maiores empresas familiares do mundo.

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Se as 500 empresas familiares fossem agrupadas como um país, elas seriam a terceira maior economia do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Juntas, elas empregam mais de 25,1 milhões de pessoas.

A receita média anual por empresa é de US$ 17,6 bilhões. Cerca de 80% delas ultrapassam o volume de negócios de US$ 5 bilhões.

A maioria dessas empresas está concentrada na Europa (47%), refletindo a origem histórica de grandes dinastias empresariais europeias, seguida pelos Estados Unidos (29%) e pela Ásia (18%).

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Na América Latina, a maior contribuição vem do México, com 15 dessas empresas, seguido pelo Brasil, com 13, Chile, com 6 e Colômbia, com 2.

Por setor, o mais representativo entre as maiores empresas familiares é o varejo, com 20%, seguido pelo consumo de massa (19%), manufatura (15%) e mobilidade (9%).

“Esses setores tendem a se beneficiar de economias de escala, posicionamento de marca multigeracional e canais de distribuição construídos com uma visão de longo prazo”, de acordo com Combeau.

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De acordo com o relatório, 34% das empresas estão no mercado há mais de um século e mais de 85% têm um histórico de mais de 50 anos.

A empresa mais antiga na classificação é a Takenaka Corporation do Japão, fundada há 414 anos e ainda sob o controle da família fundadora.

Em mais de 40% dos casos, o CEO é um membro da família, o que, segundo Combeau, é “evidência de que a transferência de gerações e o controle ativo continuam sendo características essenciais dessas empresas”.

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Top 10 global das maiores empresas familiares do mundo

  • Família Walton (EUA) – Walmart (WMT).: US$ 648 bilhões
  • Família Porsche/Piëch (Alemanha) – Volkswagen Group: US$ 356 bilhões
  • Família Schwarz (Alemanha) – Schwarz Group (Lidl, Kaufland): US$ 179 bilhões
  • Família Cargill-MacMillan (EUA) – Cargill: US$ 177 bilhões
  • Família Ford (EUA) – Ford Motor Company (F): US$ 176 bilhões
  • Família Quandt (Alemanha) - BMW: US$ 168,1 bilhões
  • Família Tata (Índia) Tata Sons: US$ 165 bilhões
  • Família Koch (EUA) – Koch Industries: US$ 125 bilhões
  • Família Roberts (EUA) – Comcast Corporation (CMCSA): US$ 121,6 bilhões
  • Família Ambani (Índia) Reliance Industries: US$ 109,9 bilhões

As maiores empresas familiares da América Latina

Segundo Combeau, “embora seja positivo ver referências regionais, o número ainda é baixo em comparação com outras economias”.

O relatório associa a baixa participação latino-americana a fatores como instabilidade política, estruturas familiares menos institucionalizadas ou mercados domésticos menores.

De qualquer forma, a América Latina conseguiu consolidar sete empresas entre as 100 maiores:

  • #16 Família Batista (Brasil) – JBS S.A. (JBSS3): US$ 73 bilhões
  • #32 Família Slim (México) – América Móvil (AMX): US$ 48,3 bilhões
  • #53 Família Moreira Salles/Souza Aranha (Brasil) – Itaú Unibanco (ITUB): US$ 33 bilhões
  • #56 Família Angelini (Chile) – Antarchile S.A. (ANTAR): US$ 31 bilhões
  • #66 Família Igel (Brasil) – Ultrapar Participações (UGPA3): US$ 26 bilhões
  • #80 Família Servitje (México) – Grupo Bimbo (BIMBOA): US$ 22,5 bilhões
  • #91 Família Aguiar (Brasil) – Banco Bradesco (BBDC4): US$ 20 bilhões
  • #105 Família Paulmann (Chile) – Cencosud (CENCOSUD): US$ 18,1 bilhões
  • #114 Família Garza Sada (México) – Alfa S.A.B. de C.V. (ALFAA): US$ 16,3 bilhões
  • #132 Família Solari (Chile) – Falabella (FALAB): US$14,4 bilhões

O analista ressalta que “as empresas familiares não são apenas estruturas tradicionais com nomes de família na porta”, mas organizações que, “quando gerenciadas profissionalmente e adaptadas ao ambiente em constante mudança, podem competir no mais alto nível global”.

Nesse sentido, ele ressalta que a institucionalização, o planejamento sucessório, a profissionalização da gestão e uma visão de longo prazo são fundamentais.

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Daniel Salazar

Profissional de comunicação e jornalista com ênfase em economia e finanças. Participou do programa de jornalismo econômico da agência Efe, da Universidad Externado, do Banco Santander e da Universia. Ex-editor de negócios da Revista Dinero e da Mesa América da Efe.