Bloomberg — A montadora Toyota vendeu mais veículos de passageiros do que qualquer outra empresa em 2023, ultrapassando a alemã Volkswagen e se tornando a maior montadora de automóveis do mundo pelo quarto ano consecutivo.
As vendas globais, incluindo as subsidiárias Daihatsu Motor e Hino Motors, aumentaram 7,2% em relação ao ano anterior, para um recorde de 11,2 milhões de carros em 2023, informou a empresa na terça-feira (30).
A produção, que se refere aos carros que saem da linha de produção, cresceu 8,6%, para 11,5 milhões de unidades. As entregas da Volkswagen aumentaram 12%, para 9,24 milhões de unidades em 2023.
“A Toyota passou de ter dificuldades com as cadeias de suprimentos no verão passado para vender tudo o que produz”, disse Tatsuo Yoshida, analista sênior de automóveis da Bloomberg Intelligence.
Apesar de ficar ainda mais atrás na mudança global para veículos elétricos, o melhoria das cadeias de suprimentos e a demanda estável na América do Norte e na Europa no ano passado ajudaram a Toyota a aumentar a produção e obter lucros no exterior. A demanda por carros híbridos no Japão, por sua vez, permanece alta e estável na maioria do mundo.
Embora as estatísticas do ano completo de 2023 solidifiquem a liderança da Toyota, foi a BYD, da China, que chamou a atenção ao ultrapassar no ano passado a Tesla (TSLA), de Elon Musk, como a principal fabricante mundial de carros elétricos. A BYD, sediada em Shenzhen, que vende apenas veículos elétricos e híbridos plug-in, vendeu cerca de 3,02 milhões de unidades em 2023.
Em comparação, a Toyota vendeu 104.018 veículos elétricos a bateria. Inicialmente, a montadora japonesa pretendia vender 202.000 unidades durante o ano fiscal que termina em março, mas reduziu essa meta para 123.000 em novembro, citando problemas de demanda e oferta.
A Tesla entregou 1,81 milhão de veículos no ano passado.
O CEO da Toyota, Koji Sato, prometeu que a montadora será capaz de vender 1,5 milhão de veículos elétricos a bateria por ano até 2026, e 3,5 milhões até 2030.
Suspensão de vendas
Na segunda-feira, a montadora suspendeu o envio de 10 modelos depois que uma investigação interna revelou que um de seus fornecedores, a Toyota Industries, vinha manipulando resultados de testes para obter certificação para seus veículos.
As revelações se somaram a um escândalo que surgiu em dezembro, depois que a unidade Daihatsu, que vende e fornece caminhões leves populares, foi manipulou resultados de testes de segurança contra colisões que remontam a 1989.
Embora o impacto e o ônus financeiro da conduta fraudulenta ainda comecem a se concretizar, a Toyota afirmou que entrará em ação caso a Daihatsu tenha dificuldades para compensar seus fornecedores e parceiros comerciais enquanto a produção estiver parcialmente suspensa e os veículos serão recolhidos.
A Daihatsu recebeu um prazo até meados de fevereiro do Ministério dos Transportes do Japão para apresentar contramedidas para evitar que algo assim aconteça novamente. A Toyota também afirmou que anunciará uma nova estrutura, mas não esclareceu o que isso significa.
-- Com a colaboração de Linda Lew.
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