Bloomberg — A Eneva (ENEV3), produtora de gás natural e energia, está em busca de crescimento por meio da compra de usinas da Eletrobras (ELET3; ELET6) e da fusão com a distribuidora de combustíveis Vibra Energia (VBBR3).
Ganhar a licitação para as usinas térmicas da Eletrobras significaria dar um cheque de vários bilhões de dólares, e a empresa que tem como sócios o BTG Pactual (BPAC11) e a família Moreira Salles poderia financiar a aquisição com dinheiro, dívida ou emissão de ações, disse o diretor financeiro, Marcelo Habibe, em uma entrevista à Bloomberg News.
“Estamos concluindo a ‘due diligence’ para apresentar uma oferta formal até o final do mês”, disse Habibe.
Os ativos da Eletrobras e as negociações de fusão com a Vibra – segundo Habibe há conversas entre os acionistas, apesar de a Vibra ter desmentido recentemente – são os únicos negócios que a Eneva almeja no momento.
A companhia, que tentou e não conseguiu alguns dos campos terrestres da Petrobras (PETR3; PETR4) quando a estatal ainda estava realizando desinvestimentos, descarta outra tentativa de aquisição de ativos de petróleo no momento, disse o CFO.
A Petrobras suspendeu as vendas de ativos sob a atual administração e a expectativa é de que as petroleiras privadas do Brasil passem por uma fase de consolidação.
A Eneva teve fortes resultados operacionais no quarto trimestre, em parte porque uma onda de calor desencadeada pelo fenômeno climático El Niño aumentou a demanda de energia de suas usinas de gás e carvão.
A empresa teve uma receita recorde de R$ 2,7 bilhões, enquanto o lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortizações (Ebitda) aumentou 84%. Apesar disso, a empresa de energia teve prejuízo líquido devido a baixas contábeis.
Depois de um mês e meio operando em sua capacidade máxima, Habibe disse que o complexo térmico da Eneva foi desconectado em fevereiro.
A retomada das exportações de eletricidade para a Argentina deve compensar a queda na demanda de energia térmica no primeiro trimestre, que em sua leitura deve voltar a subir em meados de 2024.
“Mesmo que o calor não esteja tão alto no Brasil, haverá menos disponibilidade (para geração) hídrica”, disse ele.
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