Em crise no Brasil, Enel prevê lucro global de US$ 7,3 bi em 2025 e dividendo maior

Empresa italiana que está no alvo de autoridades brasileiras por sucessivos apagões e críticas do serviço prestado espera resultados financeiros melhores na esteira de venda de ativos

Companhia planeja aumentar os investimentos para 43 bi de euros, um crescimento de cerca de 7 bi de euros em comparação com seu plano anterior (Foto: Bloomberg)
Por Alberto Brambilla
18 de Novembro, 2024 | 08:16 AM

Bloomberg — A multinacional italiana Enel - em crise em um de seus principais mercados, o Brasil, em razão de sucessivos apagões - elevou a previsão de seus dividendos sobre os lucros de 2024.

A empresa italiana, criticada por autoridades e pela opinião pública depois de deixar milhões de pessoas sem energia elétrica na maior cidade do país, em São Paulo, por duas vezes em menos de um ano, disse que tem como meta um lucro de até € 6,9 bilhões (US$ 7,3 bilhões) para 2025, à medida que a empresa de serviços públicos se aproxima do fim de uma iniciativa de redução da dívida.

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A empresa ajustou a perspectiva de seus dividendos para este ano para € 0,46 por ação, de acordo com um plano de negócios para 2025 a 2027 anunciado nesta segunda-feira (18).

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O CEO global, Flavio Cattaneo, está concluindo um programa de desinvestimento com o objetivo de colocar a dívida da empresa novamente sob controle e, ao mesmo tempo, concentrar os investimentos nos projetos e nas regiões mais lucrativos e cortar custos.

A empresa também sinalizou na última sexta-feira (15) um retorno à política de aquisições, com o anúncio de compra do portfólio de energia hidrelétrica da Acciona Energia na Espanha.

A Enel disse também que espera que os lucros ajustados antes de juros, impostos, depreciação e amortização aumentem para uma faixa de 24,1 bilhões de euros a 24,5 bilhões de euros até o final do novo plano.

A meta da empresa de 6,7 bilhões de euros a 6,9 bilhões de euros para o lucro líquido ajustado de 2025 está em linha com as estimativas dos analistas.

As ações caíram pouco menos de 1% no início das negociações em Milão.

Os analistas do Citigroup disseram em uma nota que, embora considerem que as novas metas atendam às expectativas dos investidores, é “improvável que o desempenho brilhe devido à falta de surpresas positivas”.

Plano de venda de ativos

O CEO Cattaneo, nomeado no ano passado pelo governo italiano - o maior acionista da empresa -, herdou o plano de vendas de ativos de 21 bilhões de euros do antecessor Francesco Starace.

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A dívida líquida caiu para 56 bilhões de euros em setembro e a empresa espera que ela recue para níveis abaixo da média do setor até o final do ano, disse o diretor financeiro Stefano De Angelis.

A Enel também planeja aumentar os investimentos para 43 bilhões de euros, um crescimento de cerca de 7 bilhões de euros em comparação com seu plano anterior, concentrando-se nas redes da Itália e da Espanha.

O novo piso de dividendos da Enel, de 0,46 euros até 2027, “parece sensato, dado seu balanço patrimonial de primeira classe e as perspectivas de desaceleração dos lucros”, disseram os analistas da Bloomberg Intelligence Patricio Alvarez e João Martins.

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A empresa estabeleceu um piso de dividendos de € 0,46 por ação até 2027 e fez alguns ajustes em sua política, que inclui um pagamento de até 70% sobre o lucro líquido ajustado.

Os analistas da RBC Europe afirmaram em uma nota que o plano geral parece mais confiável do que o apresentado no ano passado, com premissas de preço de energia mais próximas das atuais e maior ênfase nos investimentos em rede.

O Jefferies Financial Group reiterou sua classificação de compra para a Enel, observando que a estratégia de alocação de capital permanece inalterada, com foco em redes e negócios regulados.

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