Embraer avalia fabricar jatos na Índia para conquistar novo mercado

A fabricante de aviões brasileira vê uma oportunidade para aeronaves médias que podem ser mais apropriadas em rotas mal servidas

Empresa está em negociações iniciais para montar o jato de alcance médio E2 e o transportador de tropas C-390 Millennium
Por Ragini Saxena
28 de Agosto, 2023 | 08:03 AM

Bloomberg — A Embraer (EMBR3) avalia estabelecer múltiplas linhas de montagem na Índia para construir seus jatos de fuselagem estreita e aeronaves de transporte militar, na tentativa de conquistar pedidos em um dos mercados de aviação que mais crescem no mundo.

A fabricante de aviões está em negociações iniciais com potenciais parceiros para montar o jato de alcance médio E2 e o transportador de tropas C-390 Millennium, disse o presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, em entrevista à Bloomberg News em Nova Déli.

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Gomes Neto também disse que a empresa está mantendo negociações semelhantes com potenciais parceiros na China.

“Vemos a Índia como uma excelente oportunidade de colaboração”, disse Gomes Neto. “A Índia tem custos trabalhistas muito competitivos. O país tem disponibilidade de engenharia, além de design e conhecimento técnico. Podemos montar algo bom para ambos os lados.”

A Embraer vem tentando quebrar o duopólio global para aviões maiores com sua linha de jatos E2, que acomodam entre 80 e 130 pessoas e competem com o Airbus A220.

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Com a Índia buscando melhorar as conexões domésticas, a fabricante de aviões vê uma oportunidade para aeronaves médias que podem ser mais apropriadas em rotas mal servidas.

A Star Air é a única companhia aérea comercial que opera jatos da Embraer na Índia.

A Bloomberg News informou em março que a Índia pretende fazer parcerias com a Embraer e a russa Sukhoi para fabricar pequenos aviões localmente, em uma tentativa de conectar pequenas cidades e áreas remotas.

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Em 2016, a Embraer fechou sua linha de montagem na China — onde construía jatos regionais ERJ 145 e aeronaves executivas Legacy 650 — devido à falta de demanda.

Mas Gomes Neto disse estar otimista com o interesse das aéreas chinesas em seus produtos e citou a recente certificação dos modelos E195-E2 e E190-E2.

-- Com a colaboração de Danny Lee.

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