Azul avalia financiamento para apoiar nova oferta de ações, dizem fontes

PJT Partners negocia com os credores da companhia aérea o uso de recebíveis em cartões como garantia para aumentar o interesse em fornecer novo capital, segundo fontes à Bloomberg News

S&P rebaja calificación de la aerolínea Azul tras acuerdo con bonistas
Por Reshmi Basu - Giovanna Belotti Azevedo - Rachel Gamarski
24 de Abril, 2025 | 02:23 PM

Bloomberg — O banco de investimento PJT Partners tem abordado os credores atuais da Azul para aumentar o interesse em fornecer novo capital para respaldar uma oferta de ações, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto que falaram com a Bloomberg News.

Uma estrutura em consideração, apresentada em documento regulatório deste mês, envolve o uso de recebíveis como garantia.

PUBLICIDADE

De acordo com o documento, a empresa discute a possibilidade de firmar instrumentos de dívida de até aproximadamente R$ 900 milhões, garantidos por certos recebíveis de cartões de crédito e débito.

Nova liquidez ajudaria a apoiar a oferta e ajudaria a empresa a melhorar sua posição de caixa, disseram as pessoas. As negociações estão em andamento e um financiamento pode não acontecer, acrescentaram.

PJT Partners não quis comentar. A Azul tampouco comentou.

PUBLICIDADE

Leia também: Azul prepara novas mudanças e adota ‘tolerância zero’ com perdas, diz CEO

A empresa anunciou um levantamento de capital no inicio do mês como parte de um plano de reestruturação.

Na noite de quarta-feira (23), a companhia anunciou a emissão de 464,1 milhões de ações a R$ 3,58 por ação, totalizando R$ 1,7 bilhão.

PUBLICIDADE

“A oferta está inserida no contexto da reestruturação e visa não só obter novos recursos financeiros, mas também possibilitar a equitização obrigatória de parte das notas de cupom de 11,500%, com vencimento em 2029, e cupom de 10,875%, com vencimento em 2030,” disse a companhia em comunicado.

Leia também: Fusão Azul-Gol pode não resolver desafio de dívida, diz CEO da Latam Brasil

O esforço para levantar o capital enfrenta um cenário desafiador, em meio ao fraco interesse pelas ações brasileiras e à queda nos volumes de negociação.

PUBLICIDADE

As ações da empresa caíram ao menor nível já registrado na abertura desta quinta-feira e acumulam queda de cerca de 70% nos últimos 12 meses.

A Azul tem fechado acordos com seus arrendadores e credores para reduzir a dívida e conclui uma troca de dívida por equity. O setor tem enfrentado altas taxas de juros, custos voláteis de combustível e um real brasileiro mais fraco.

Os estrategistas do JPMorgan em abril rebaixaram os títulos da Azul de “second lien” com vencimento em 2029 e 2030 para underweight (alocação abaixo do índice de referência), já que o fortalecimento do dólar ante o real, a liquidez limitada e o sentimento mais fraco dos investidores exigem “uma postura ainda mais cautelosa” em relação à dívida da companhia aérea.

Veja mais em bloomberg.com

Leia também

Azul e Abra Group, acionista da Gol, assinam memorando para potencial fusão