Bloomberg — O banco de investimento PJT Partners tem abordado os credores atuais da Azul para aumentar o interesse em fornecer novo capital para respaldar uma oferta de ações, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto que falaram com a Bloomberg News.
Uma estrutura em consideração, apresentada em documento regulatório deste mês, envolve o uso de recebíveis como garantia.
De acordo com o documento, a empresa discute a possibilidade de firmar instrumentos de dívida de até aproximadamente R$ 900 milhões, garantidos por certos recebíveis de cartões de crédito e débito.
Nova liquidez ajudaria a apoiar a oferta e ajudaria a empresa a melhorar sua posição de caixa, disseram as pessoas. As negociações estão em andamento e um financiamento pode não acontecer, acrescentaram.
PJT Partners não quis comentar. A Azul tampouco comentou.
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A empresa anunciou um levantamento de capital no inicio do mês como parte de um plano de reestruturação.
Na noite de quarta-feira (23), a companhia anunciou a emissão de 464,1 milhões de ações a R$ 3,58 por ação, totalizando R$ 1,7 bilhão.
“A oferta está inserida no contexto da reestruturação e visa não só obter novos recursos financeiros, mas também possibilitar a equitização obrigatória de parte das notas de cupom de 11,500%, com vencimento em 2029, e cupom de 10,875%, com vencimento em 2030,” disse a companhia em comunicado.
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O esforço para levantar o capital enfrenta um cenário desafiador, em meio ao fraco interesse pelas ações brasileiras e à queda nos volumes de negociação.
As ações da empresa caíram ao menor nível já registrado na abertura desta quinta-feira e acumulam queda de cerca de 70% nos últimos 12 meses.
A Azul tem fechado acordos com seus arrendadores e credores para reduzir a dívida e conclui uma troca de dívida por equity. O setor tem enfrentado altas taxas de juros, custos voláteis de combustível e um real brasileiro mais fraco.
Os estrategistas do JPMorgan em abril rebaixaram os títulos da Azul de “second lien” com vencimento em 2029 e 2030 para underweight (alocação abaixo do índice de referência), já que o fortalecimento do dólar ante o real, a liquidez limitada e o sentimento mais fraco dos investidores exigem “uma postura ainda mais cautelosa” em relação à dívida da companhia aérea.
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