Bloomberg — O SoftBank pretende levar uma parte de seus fundadores de startups indianas ao Vale do Silício em setembro para um tour de inteligência artificial. O banco japonês tem ampliado seus esforços para introduzir a tecnologia nas empresas de seu portfólio.
Em uma entrevista em Mumbai, Sumer Juneja, gestor responsável pelos investimentos na Europa, Oriente Médio, África e Índia no Vision Fund do SoftBank, disse que a companhia tem agendado encontros entre os executivos das empresas que apoia e os principais participantes do setor de IA.
A ideia é levar um grupo com grande parte dos 20 fundadores de suas empresas indianas para essa viagem, conforme afirmou, sem citar nomes específicos. O portfólio no país inclui nomes como a Oyo Hotels, a empresa de caronas Ola e a de entregas Swiggy.
“O que não queremos é investir em uma empresa que perca a onda da IA e, três anos depois, se torne irrelevante”, disse Juneja.
“Ter uma equipe de tecnologia sofisticada e estar no setor certo, onde ela possa utilizar a IA para tornar o modelo de negócios ainda mais eficiente, são requisitos obrigatórios para que possamos emitir novos cheques.”
O SoftBank, liderado por Masayoshi Son, retomou os investimentos em startups no segundo trimestre, depois de ter praticamente interrompido suas compras após perdas significativas no fundo Vision Fund.
A empresa japonesa acumulou uma reserva de caixa (ativos de alta liquidez) de mais de US$ 40 bilhões e está no processo de abrir o capital da fabricante de chips Arm, em um acordo que levantará bilhões de dólares.
Os investidores estão se apressando para apoiar empresas de IA ao redor do mundo, uma vez que produtos como o ChatGPT estão ganhando popularidade.
Empresas de diversos setores, inclusive as de software para serviços, se tornarão redundantes se não adotarem rapidamente os casos de uso da IA, de acordo com Juneja.
O maior desafio no momento, contudo, é saber como utilizar a IA da melhor forma.
“Se você chegar tarde demais na festa da IA estará em apuros, e se chegar cedo demais, isso não afetará sua receita. Estamos ajudando as empresas para que essa transição seja adequada”, disse ele.
Masayoshi Son investiu mais de US$ 140 bilhões em startups desde a criação do Vision Fund em 2017, defendendo o potencial de novas tecnologias como a inteligência artificial.
O valor de muitos desses investimentos, contudo, despencou, incluindo a startup de compartilhamento de escritórios WeWork (WE).
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