Bloomberg — A Eli Lilly planeja fabricar sua nova pílula para perda de peso nos Estados Unidos após o presidente americano Donald Trump pressionar empresas a transferirem a produção de volta para o território americano.
“Vamos fabricar esse medicamento aqui nos Estados Unidos”, disse o CEO Dave Ricks na sexta-feira, 18, em entrevista à Fox Business Network. “Teremos orgulho de fabricar esse medicamento nesse local e enviá-lo para todo o mundo a partir de nosso país.”
Os medicamentos para perda de peso que podem ser tomados por via oral, em vez de injetados, são vistos como a próxima fronteira da obesidade - um mercado que deve atingir US$ 130 bilhões até o final da década.
A Lilly está na liderança com sua pílula, chamada orforglipron, que ajudou os pacientes a perder peso e controlar o açúcar no sangue tão bem quanto o Ozempic, de acordo com os resultados divulgados na quinta-feira, 17. As ações da Lilly saltaram 14% com a notícia.
Ao fabricar sua pílula nos EUA, a Lilly pode evitar o impacto das tarifas abrangentes de Trump, incluindo possíveis taxas sobre produtos farmacêuticos. A Lilly já havia anunciado em fevereiro que gastaria pelo menos US$ 27 bilhões para construir quatro novas fábricas nacionais.
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A pílula ainda precisa ser submetida aos órgãos reguladores dos EUA para análise e aprovação, o que significa que provavelmente não chegará aos pacientes até pelo menos 2026, informou a empresa. Mas a Lilly já está se preparando para o que espera que seja um tratamento extremamente popular.
“Estamos criando estoques para que, quando introduzirmos esse produto em 2026, possamos fazê-lo globalmente, em todos os países simultaneamente, virtualmente e em escala, sem o risco de escassez”, disse Ricks à Fox na entrevista. “Estaremos prontos.”
A Lilly está estudando o orforglipron e seus outros medicamentos, uma classe de drogas chamadas incretinas, em uma série de condições relacionadas à saúde metabólica. Ricks disse que a manutenção de um peso saudável é um dos fatores mais importantes na prevenção de doenças crônicas, ecoando uma parte importante da agenda “Make America Healthy Again” do secretário de saúde Robert F. Kennedy Jr.
“Queremos trabalhar com o governo e com outros que queiram ‘Make America Healthy Again’ e levar esses medicamentos a mais pacientes”, disse ele.
Mas o governo Trump não tem apoiado amplamente o uso de medicamentos para perda de peso como os fabricados pela Lilly e pela rival Novo Nordisk.
Recentemente, o governo suspendeu um plano da era Biden de pagar por medicamentos para obesidade para pacientes do Medicare, que atualmente não os cobre. A medida, que os Centros de Serviços Medicare e Medicaid disseram que podem reconsiderar no futuro, teria dado a milhões de adultos mais velhos do programa de seguro do governo acesso a medicamentos caros.
“Gostaríamos de trabalhar com o governo para mudar isso”, disse Ricks. “Acho que essa é uma das coisas mais importantes que poderiam ser feitas para tornar os Estados Unidos saudáveis. E é uma invenção de uma empresa americana, feita aqui nos Estados Unidos. O que poderia ser melhor?”
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