Ele apostou em cruzeiros de luxo sem crianças. Agora acumula fortuna de US$ 5 bi

Nascido na Noruega e formado em Física, Torstein Hagen fundou a operadora de cruzeiros Viking de olho em turistas ricos acima de 55 anos; seu patrimônio agora disparou com o IPO da empresa

Torstein Hagen and daughter Karine Hagen in Norway
Por Pui Gwen Yeung - Anders Melin
01 de Maio, 2024 | 10:33 AM

Bloomberg — Torstein Hagen fundou sua empresa de cruzeiros com alguns princípios simples em mente. Entre eles: focar nos ricos e intelectualmente curiosos; sem exploração financeira; e sem crianças.

Quase três décadas depois, sua Viking Holdings está entre as maiores operadoras de cruzeiros de luxo do mundo, e a fortuna de Hagen ultrapassará US$ 5 bilhões conforme a empresa conclui sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) em Nova York.

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A Viking levantou US$ 1,54 bilhão com a venda de ações, mostrando que os investidores estão dispostos a investir em um setor que foi dizimado pela pandemia de covid-19 e agora se recupera.

As ações foram precificadas perto do topo da faixa de preço anunciada, de acordo com um documento regulatório, avaliando a empresa em cerca de US$ 10,4 bilhões.

Hagen controla aproximadamente metade das ações, tornando-o o segundo mais rico do setor depois de Micky Arison, presidente do conselho da Carnival, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.

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Cruzeiro Viking Sun

A listagem também marca o ápice de um negócio que, nas palavras de Hagen, começou com “dois caras com dois celulares e quatro navios fluviais” tentando atrair clientes que buscavam “mais do que apenas férias”.

Como o CEO, de 81 anos, costuma dizer aos jornalistas: os cruzeiros Viking são para pessoas pensantes, não para pessoas que bebem.

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Representantes da Viking não responderam aos pedidos de comentário sobre o cálculo da fortuna de Hagen pela Bloomberg.

Quem é Torstein Hagen, CEO da Viking

Nascido perto de Oslo, Hagen obteve um diploma em Física no Instituto Norueguês de Tecnologia e um MBA na Harvard University.

Após uma temporada em consultoria de gestão, ele entrou no setor de cruzeiros na década de 1970.

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Cerca de duas décadas depois, após várias tentativas fracassadas de ajudar a comprar ou assumir o controle de operadoras de cruzeiros com diferentes grupos de investidores, Hagen liderou a compra de quatro navios fluviais e formou a Viking.

A empresa inicialmente focou em cruzeiros ao longo de rios pela Europa antes de expandir para viagens oceânicas e expedições especiais para lugares como a Antártida e os Grandes Lagos dos EUA.

Com sede em Bermuda, a Viking opera hoje 92 navios e emprega mais de 10.000 pessoas.

Seus clientes-alvo: falantes de inglês ricos com 55 anos ou mais, com tempo e dinheiro para explorar o mundo. No ano passado, 90% de seus clientes vieram da América do Norte, de acordo com o registro da empresa.

Nos EUA, o grupo de 55 anos ou mais detém cerca de três quartos da riqueza dos lares do país, mostram dados do Federal Reserve.

Nos últimos anos, a Viking vendeu participações para o Canada Pension Plan Investment Board e a gestora de ativos alternativos TPG. Ambos despejaram mais ações na oferta do que inicialmente previsto, de acordo com um documento regulatório.

Hagen não vendeu ações. Sua filha, Karine, que trabalha na Viking desde sua fundação e agora é vice-presidente executiva, controlará uma pequena participação de menos de 1%.

A Viking disse que os recursos da oferta serão usados para “aumentar nossa capitalização e flexibilidade financeira” dada sua “substancial dívida”. A empresa tinha US$ 5,4 bilhões em dívidas no final de 2023.

Em uma carta aos acionistas incluída no registro, Hagen observou que a empresa vê um grande potencial de crescimento entre os consumidores na China e em outros países da Ásia.

Isso iria além do “China Outbound”, a oferta de cruzeiros na Europa com tripulações completas de falantes de mandarim que a Viking lançou em 2016. A empresa também está explorando safáris e passeios terrestres.

“Vemos a Viking como a principal provedora de experiências de viagem para pessoas pensantes”, escreveu o bilionário na carta. “Não tentamos ser tudo para todos.”

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