Bloomberg — O acionista que controla a Novo Nordisk A/S responde com investimentos de US$290 milhões à queda no valor de ativos verdes. Usará o lucro da fabricante do Ozempic, o conhecido medicamento contra a obesidade que converteu a farmacêutica na empresa mais valiosa da Europa, para investir em transição energética e expandir seu portfólio.
A Novo Holdings, que controla 77% dos votos da fabricante, destinará cerca de 2 bilhões de coroas (US$ 290 milhões) a um novo fundo de transição energética, expandindo seu portfólio de ativos fora do setor de saúde. A empresa também adquiriu uma participação de 20% na gestora do fundo, a Glentra Capital, informou na quinta-feira.
A Novo Holdings é “menos sensível a abalos temporários” porque é “capaz de investir com um horizonte de longo prazo”, disse Morten Beck Jorgensen, sócio-gerente de investimentos de capital, por e-mail. “Vemos grandes oportunidades de investir em um futuro mais verde e, ao mesmo tempo, gerar retornos atraentes a longo prazo.”
O fundo Glentra Capital se concentrará em energia eólica, solar, combustíveis sustentáveis, armazenamento de energia e mobilidade elétrica. A Novo Holdings tem se concentrado tradicionalmente em empresas de ciências biológicas, mas vem construindo uma nova “narrativa” com investimentos verdes, completou Jorgensen.
Seus outros investimentos recentes em transição energética incluem a The Renewable Energy Partnership, com o fundo de pensão dinamarquês Sampension e a European Energy A/S, que comprará terras na Dinamarca e na Suécia para a construção de parques solares e eólicos.
O mercado de energia renovável foi prejudicado nas últimas semanas, mesmo quando os cientistas relataram que as temperaturas globais atingiram níveis recordes e incêndios e inundações extraordinários devastaram países em todo o mundo. Os compromissos governamentais hesitaram e os problemas da cadeia de suprimentos atingiram os fornecedores de energia eólica e solar.
A popularidade dos tratamentos da Novo Nordisk, que incluem insulina para diabetes, ajudou a aumentar os ativos da holding para bem mais de US$ 110 bilhões no ano passado, abrindo caminho para mais investimentos verdes. No mês passado, a Novo Nordisk pagou seu maior dividendo intermediário de todos os tempos, depois que as vendas de tratamentos para obesidade, como o Wegovy, quase triplicaram somente no segundo trimestre.
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