Bloomberg — A Philip Morris viu suas ações avançarem após divulgar um lucro melhor do que o esperado, impulsionado pelas vendas dos sachês de nicotina Zyn.
A fabricante de tabaco, que vende os cigarros Marlboro, está mudando o foco para produtos sem fumaça e gerou lucro diluído ajustado por ação de US$ 1,55 no quarto trimestre, superando as estimativas dos analistas. A previsão é de um lucro ajustado por ação de US$ 7,04 a US$ 7,17 em 2025, também acima das expectativas.
As ações da Philip Morris subiram até 12% no início das negociações em Nova York, ampliando um aumento de 43% nos últimos 12 meses até o fechamento de quarta-feira (5).
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O desempenho foi impulsionado pela crescente popularidade dos sachês Zyn, saquinhos que contêm nicotina, mas não tabaco, e são ingeridos por via oral, colocando-os dentro do lábio superior ou inferior.
As vendas aumentaram 25% no ano passado, e a Philip Morris vendeu quase 165 milhões de latas no principal mercado dos EUA no quarto trimestre, um aumento de 42% em comparação com o ano anterior.
As preocupações com a saúde relacionadas ao tabaco estão alimentando a demanda, e a empresa foi impulsionada por uma decisão tomada este ano pela Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA de aprovar todos os sachês Zyn atualmente comercializados no país.
A Philip Morris está construindo uma nova fábrica no Colorado para atender à demanda por produtos Zyn, e espera que os embarques de bolsas de nicotina nos EUA atinjam entre 780 milhões e 820 milhões de latas no próximo ano, um crescimento entre 34% e 41%.
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Em uma apresentação, o diretor financeiro Emmanuel Babeau disse que a escassez de estoque de Zyn deve ser normalizada em 2025, com o aumento da capacidade de produção. A Philip Morris tem como meta uma capacidade anual de 900 milhões de latas em sua unidade de Kentucky, e a nova fábrica do Colorado deve entrar em operação no início de 2026.
Embora os produtos Zyn contenham menos partículas e produtos químicos que associam os cigarros ao câncer e a doenças cardíacas, sua popularidade gerou temores de que jovens que nunca fumaram tenham se viciado neles.
A FDA descobriu que 1,8% dos estudantes do ensino médio relataram o uso de nicotina em 2024, o que equivale a 480.000 pessoas, sendo Zyn a marca mais popular. Ainda assim, o órgão regulador disse que o uso pelos jovens permaneceu baixo, apesar do aumento das vendas, e a Philip Morris disse que tomaria medidas adicionais para limitar a exposição dos jovens, incluindo não usar modelos no marketing com menos de 35 anos.
O negócio livre de fumo, que inclui o Zyn e as varetas de tabaco aquecidas IQOS, atualmente representa 40% da receita líquida total da empresa.
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