Detentores de títulos da InterCement alegam conflito de credores na reestruturação

Em documentos apresentados na Justiça de Nova York, grupo alega que Bradesco não teria divulgado um conflito de interesses; banco não comenta

Fabricante brasileira de cimento chegou a um acordo com alguns credores para iniciar uma reestruturação extrajudicial de cerca de R$ 21,9 bilhões em dívidas em setembro (Foto: Ben Nelms/Bloomberg)
Por Vinícius Andrade - Giovanna Bellotti Azevedo - Bob Van Voris
12 de Novembro, 2024 | 03:23 PM

Bloomberg — Um grupo de detentores de títulos da InterCement apresentou uma queixa contra o Bradesco (BBDC4), alegando que o banco não teria divulgado um conflito de interesses que acabou lhe dando uma vantagem na reestruturação da dívida da fabricante de cimento.

Os investidores alegam que o Bradesco, um subscritor de títulos em dólar da InterCement emitidos em 2014, teria escondido o fato de que suas ações preferenciais na empresa incluíam uma opção de venda, de acordo com documentos apresentados na Suprema Corte do Estado de Nova York na sexta-feira (8).

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A InterCement e o Bradesco não quiseram comentar a ação judicial, que foi primeiramente noticiada pelo Wall Street Journal.

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Essas opções teriam dado ao Bradesco mais alavancagem na reestruturação da dívida da InterCement, colocando o credor à frente de outros detentores de títulos, de acordo com a acusação no processo.

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O banco será compensado em até R$ 2,2 bilhões na reformulação da dívida, empurrando o valor da recuperação para até 45% para os demais detentores de títulos, alega o grupo.

O grupo que apresentou a queixa inclui a Redwood Capital, a Moneda Asset Management e a Contrarian Capital.

A fabricante brasileira de cimento chegou a um acordo com alguns credores para iniciar uma reestruturação extrajudicial de cerca de R$ 21,9 bilhões em dívidas em setembro. O grupo ad-hoc de detentores de bônus não aceita e continua a se opor ao plano, diz o documento.

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A InterCement foi afetada por altas taxas de juros no Brasil, seu maior mercado, e os esforços para se desfazer de ativos africanos não foram suficientes para acalmar os temores sobre sua estrutura de capital, considerada “insustentável” pelas empresas de classificação de risco.

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