Depois da Arco, esta fintech não descarta fechar o capital, segundo co-fundador

Sergio Fogel diz à Bloomberg Línea que não comenta rumores de mercado que levaram as ações da dLocal na Nasdaq a disparar mais de 60% em 3 pregões

Por

Bloomberg Línea — A General Atlantic ganhou os holofotes do mercado na última semana com a notícia da deslistagem da Arco Educação (ARCE) na Nasdaq, em processo que liderou como acionista junto com a Dragoneer.

A gigante global de private e growth equity tem participação relevante em outros unicórnios da América Latina, caso da fintech uruguaia dLocal (DLO), igualmente listada na Nasdaq. A GA, como é conhecida, é o fundo com maior participação das ações em circulação (39,9%).

Questionado nesta terça-feira (15) em entrevista à Bloomberg Línea sobre se a dLocal pode ter um desfecho semelhante ao da Arco, o co-fundador e presidente da empresa, Sergio Fogel, não descartou essa alternativa: “se surgirem opções desse tipo, vamos avaliar”.

O empreendedor, que é também o CSO (Chief Strategy Officer) da fintech que atua como provedora de serviços de pagamentos para empresas, disse que não poderia comentar mais do que isso.

Fogel disse que também não comentaria rumores sobre uma suposta venda da dLocal diante de ofertas recebidas, conforme reportado pela Bloomberg News no início da semana.

Uma pessoa familiarizada com o assunto disse à Bloomberg Línea que não houve proposta de fechar o capital da dLocal e que tampouco haveria essa intenção pelos acionistas. Uma eventual venda seria apenas “rumores de mercado” e algo difícil de acontecer dado o tamanho da empresa, que encerrou avaliada em US$ 6 bilhões nesta quarta-feira (16) na Nasdaq.

As ações da dLocal dispararam 31,94% nesta quarta em meio aos rumores de interessados e à nomeação do executivo Pedro Arnt como co-CEO - ele havia sido CFO do Mercado Livre (MELI) por 12 anos. Em 2023, acumulam agora uma valorização de ordem semelhante, de 33%.

Nos últimos três dias, as ações da dLocal tiveram ganhos acima de 60%, mas, ainda assim, estavam cerca de 10% abaixo do seu preço de novembro de 2022, quando o fundo americano Muddy Waters revelou ao mercado que estava com uma posição vendida na empresa, questionando a veracidade de seus indicadores financeiros - a fintech rebateu prontamente as acusações na ocasião.

Essa não foi a única controvérsia que a empresa, fundada em 2016 por Sergio Fogel e Andrés Bzurovski, teve que enfrentar nos últimos meses. Em maio, autoridades fiscais argentinas divulgaram que estariam investigando a dLocal por supostas manobras para a evasão de divisas do país.

Fogel, que rejeitou categoricamente desde o início tanto as supostas inconsistências contábeis apontadas pelo fundo Muddy Waters quanto as acusações do governo argentino, anunciou que assumiria um papel gerencial mais amplo na empresa a partir de junho. Em suas palavras, trazer de volta sua “experiência à gestão” serviria como uma “garantia para clientes e investidores”.

Procurada pela Bloomberg Línea, a General Atlantic disse que não comentará o assunto.

Leia também

DLocal, empresa de pagamentos do Uruguai, avalia potencial venda, dizem fontes

Não estamos à caça de unicórnios, diz Nyatta, sócio de Claure no Bicycle Capital