De saída do varejo físico, Alibaba vende fatia em rede de supermercados por US$ 1,6 bi

Grupo chinês concordou em vender participação de 70% na Sun Art para empresa de private equity; movimento faz parte de estratégia para se concentrar no negócio online

Valor do negócio é significativamente menor do que os US$ 3,6 bilhões que o Alibaba pagou para dobrar sua participação na Sun Art em 2020. (Foto: Qilai Shen/Bloomberg)
Por Pei Li - Manuel Baigorri
01 de Janeiro, 2025 | 03:46 PM

Bloomberg — O grupo Alibaba concordou em vender sua fatia na varejista Sun Art Retail Group para a empresa de private equity DCP Capital, desfazendo-se de outro ativo de comércio físico para se concentrar em seu principal negócio online.

A empresa pioneira no comércio eletrônico da China disse que poderia receber um pagamento bruto de até HK$ 12,3 bilhões (US$ 1,6 bilhão) com a venda de sua participação de mais de 70% na rede de hipermercados que opera em um modelo semelhante ao de um atacarejo.

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O valor é significativamente menor do que os US$ 3,6 bilhões que o Alibaba pagou para dobrar sua participação na Sun Art em 2020.

A Sun Art vale hoje cerca de US$ 3 bilhões, apesar de ter aumentado seu valor de mercado em mais de 80% nos últimos 12 meses.

O operação acelera a saída do Alibaba do varejo físico, segmento em que a empresa apostou anos atrás em uma iniciativa liderada pelo CEO anterior, Daniel Zhang.

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O Alibaba, que já foi um competidor dominante no comércio chinês, tem sofrido a intensificação da concorrência da PDD Holdings e da ByteDance, o que o forçou a voltar às suas raízes como uma plataforma de comércio online.

Leia também: Alibaba mira varejo online na Coreia do Sul com joint venture avaliada em US$ 4 bi

Sob o comando do novo CEO, Eddie Wu, o Alibaba tem concentrado os investimentos em áreas que considera mais promissoras, desde a nuvem até os mercados online. Também tem feito um movimento de expansão no exterior, ao criar, por exemplo, uma joint venture para acelerar a participação na Coreia do Sul. Ao mesmo tempo, vende constantemente a participação em negócios que não considera essenciais.

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A Bloomberg News tinha informado em setembro sobre o interesse do Alibaba em vender o controle acionário da Sun Art, movimento que atraiu pretendentes como a DCP Capital e a Hillhouse Investment.

A transação “é considerada uma boa oportunidade para o Alibaba Group monetizar seus ativos não essenciais e utilizar esses recursos para se concentrar melhor no desenvolvimento de seus negócios principais e aumentar o retorno para seus acionistas”, disse a empresa em um comunicado nesta quarta-feira, (1).

Em outro movimento, o Alibaba fez uma venda da cadeia de lojas de departamentos Intime, o que reflete a determinação de se concentrar em plataformas de internet orientadas por tecnologia, IA e comércio eletrônico global em 2025.

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O valor obtido com a venda foi de US$ 1 bilhão, que resultará em um prejuízo de US$ 1,3 bilhão para a empresa de tecnologia. A empresa espera financiar recompras de ações e dividendos no próximo ano.

A varejista de eletrônicos Suning.com foi outra das várias aquisições importantes de lojas físicas que Zhang orquestrou.

A Sun Art administra centenas de hipermercados em toda a China com marcas como RT-Mart. Ela também possui uma rede de distribuição e armazenamento que complementa os esforços da Alibaba em alimentos frescos.

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