Cerveja premium e sem álcool e aposta no Brasil: a receita da Heineken para crescer

Vendas acima do esperado da cervejaria holandesa levou as ações a subirem até 13% nesta quarta, na maior alta intradiária desde 2008

Resultado da marca cervejeira foi impulsionado pela forte demanda por marcas premium, como Birra Moretti e produtos não alcoólicos, incluindo a Heineken 0.0%  (Foto: Dado Galdieri/Bloomberg)
Por Sabah Meddings
12 de Fevereiro, 2025 | 09:48 AM

Bloomberg — As ações da Heineken subiram nesta quarta-feira (12) depois que a cervejaria anunciou uma recompra de papeis e divulgou fortes vendas de cerveja, inclusive no Brasil e no México, ajudando a empresa a ganhar terreno sobre as rivais em mais da metade de seus principais mercados.

As ações da Heineken, que caíram mais de um quarto no último ano até o fechamento de terça-feira, subiram até 13% no início do pregão em Amsterdã - a maior alta intradiária desde 2008. Outras cervejarias subiram em função dos resultados, com a Anheuser-Busch InBev subindo 5,2% e a Carlsberg 4,7%.

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Os volumes de vendas de cerveja cresceram 1,6% em 2024, disse a Heineken, superando as expectativas dos analistas de um ganho de 1,39%. Isso foi impulsionado pela forte demanda por marcas premium, como Birra Moretti e produtos não alcoólicos, incluindo Heineken 0.0.

O lucro operacional provavelmente aumentará entre 4% e 8% em 2025, disse a Heineken, um pouco abaixo dos 8,3% deste ano, que também superou o guidance.

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A empresa, liderada pelo CEO Dolf van den Brink, anunciou uma recompra de ações de 1,5 bilhão de euros (US$ 1,6 bilhão) por dois anos.

“A empresa está cumprindo o prometido em termos de crescimento de volume e obtenção de lucros”, disse o analista da Jefferies, Edward Mundy, em uma nota, embora também tenha apontado para a fraqueza das vendas de cerveja na Europa no quarto trimestre, que a Heineken atribuiu em grande parte ao mau tempo.

(Fonte: Bloomberg)

Nos EUA, os volumes da Heineken 0 álcool aumentaram, mesmo com a queda nas vendas de seu portfólio mais amplo, em linha com o restante do setor.

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Van den Brink disse aos repórteres que está monitorando as possíveis tarifas dos EUA, mas não vê um grande impacto. Os EUA são responsáveis por menos de 5% das receitas globais da Heineken.

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Há espaço para surpresas positivas este ano, inclusive no Vietnã, à medida que a demanda se recupera, disse Trevor Stirling, analista da Bernstein, em uma nota.

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As cervejarias globais estão tentando aumentar sua participação em mercados onde o sentimento do consumidor ainda está se recuperando. A rival Carlsberg disse na semana passada que espera um ambiente de consumo relativamente estável em 2025, embora a incerteza permaneça, inclusive na China.

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