De bancos a companhias aéreas: pane global de sistemas afeta negócios no mundo

Falhas em cadeia mostram como uma proporção cada vez maior de empresas transferiu serviços e processos de suporte online nos últimos anos, em busca de otimização de custos

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Bloomberg — Sistemas de computadores falharam no mundo todo nesta sexta-feira (19), derrubando serviços em companhias aéreas, bancos e na Bolsa de Valores de Londres, depois que um programa de cibersegurança amplamente utilizado falhou e a Microsoft (MSFT) reportou problemas com seus serviços em nuvem.

A CrowdStrike alertou os clientes nesta sexta que seu produto de monitoramento de vírus Falcon Sensor estava travando o sistema operacional Windows da Microsoft.

Não ficou claro o que desencadeou os problemas, que coincidiram com as interrupções dos serviços de software Azure e 365 da Microsoft.

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"Estamos cientes de um problema que afeta os dispositivos Windows devido a uma atualização de uma plataforma de software de terceiros", disse a Microsoft em um comunicado. "Prevemos que uma resolução está próxima."

Houve poucas interrupções dessa escala nos últimos anos. “Isso não tem precedentes”, disse Alan Woodward, professor de segurança cibernética da Universidade de Surrey, à Bloomberg News. “O impacto econômico será enorme.”

As falhas em cascata mostram como uma proporção cada vez maior de empresas transferiu serviços e processos de suporte online nos últimos anos, buscando cortar custos ou unificar melhor as operações globais.

Em 2017, uma série de erros no serviço de nuvem da Amazon (AMZN) – que, como o Azure, sustenta muitas das plataformas online do mundo – interrompeu a operação de dezenas de milhares de sites, incluindo o da rede ESPN.

Em junho de 2021, problemas na rede de distribuição de conteúdo Fastly tiraram do ar o New York Times, Reddit, a Bloomberg News e serviços governamentais do Reino Unido, entre outros, por cerca de um dia.

Mais tarde naquele ano, problemas no serviço de nuvem AWS da Amazon fizeram com que os visitantes dos parques temáticos da Walt Disney não conseguissem fazer o check-in online, a Ticketmaster adiou a venda de ingressos da Adele e ninguém mais conseguiu usar o Tinder.

Nesta sexta-feira, o McDonald’s, a United Airlines e o LSE Group estavam entre as principais empresas que divulgaram uma série de problemas de comunicação com o atendimento ao cliente.

A KLM disse que suspendeu a maioria dos voos devido a uma interrupção global dos computadores – a empresa foi uma das que mais relatou problemas devido ao pane.

“Não acho que seja muito cedo para dizer: esta será a maior interrupção de TI da história”, disse Troy Hunt, consultor de segurança e criador do site de verificação de hackers Have I Been Pwned, em uma publicação na plataforma de mídia social X.

A AGL Energy, da Austrália, disse em um post no X que estava enfrentando problemas no sistema devido a uma interrupção da CrowdStrike. As ações da Crowdstrike caíram até 14% antes da abertura dos mercados em Nova York após relatos da interrupção.

Cascata de panes

Não há nenhuma indicação de que os problemas da CrowdStrike estejam ligados a qualquer ataque cibernético, de acordo com Mikko Hypponen, diretor de pesquisa da empresa finlandesa de segurança da informação WithSecure Oyj.

Os representantes da CrowdStrike não responderam imediatamente às ligações e e-mails que pediam comentários nos EUA, na Ásia e na Europa.

As primeiras falhas surgiram nos Estados Unidos na noite de quinta-feira (18) e foram atribuídas a falhas nos serviços Azure e 365 da Microsoft, o pacote de software de escritório da empresa.

A Frontier Airlines, com sede em Denver, uma unidade do Frontier Group Holdings, suspendeu os voos por mais de duas horas. A companhia aérea suspendeu uma pausa nas partidas em todo o país e começou a retomar os voos a partir das 23h, horário de Nova York.

“Continuamos a avançar em nossos esforços de mitigação para os aplicativos e serviços afetados do Microsoft 365. Ainda esperamos que os usuários vejam a remediação à medida que abordamos o impacto residual”, disse a Microsoft em sua última atualização de status.

O LSE Group, que opera a bolsa de valores de Londres, disse que está enfrentando um problema técnico global que impede a publicação de notícias.

Na Ásia, os usuários japoneses começaram a relatar falhas nos serviços da Microsoft durante a tarde. As companhias aéreas dos aeroportos de Mumbai, Narita, Singapura e Hong Kong voltaram a fazer o check-in manual dos passageiros.

As últimas falhas ocorreram logo depois que a Microsoft disse que havia resolvido uma interrupção nos serviços de nuvem do Azure.

-- Com a colaboração de Mayumi Negishi, Shona Ghosh, Kati Pohjanpalo e Celeste Perri.

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