CVM acusa ex-CEO da Americanas e outros sete ex-executivos de insider trading

Órgão regulador alega que Miguel Gutierrez e executivos usaram indevidamente informações privilegiadas e se desfizeram de ações antes do escândalo; ex-CEO diz que nunca agiu ilegalmente

Autoridades alegaram que executivos se desfizeram das ações que detinham quando perceberam que Gutierrez seria destituído do cargo de CEO
Por Travis Waldron
19 de Outubro, 2024 | 05:03 PM

Bloomberg — A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) acusou o ex-CEO da Americanas (AMER3) Miguel Gutierrez e outros sete ex-executivos de uso de informações privilegiadas, alegando que eles usaram indevidamente informações internas antes da divulgação do escândalo contábil da gigante do varejo.

O órgão regulador disse em um comunicado na sexta-feira (18) que reuniu evidências “robustas” que sustentam as alegações como parte de uma investigação que já foi concluída.

Gutierrez e os outros executivos terão agora a chance de responder, disse a comissão.

Em uma declaração enviada por e-mail, a equipe jurídica de Gutierrez disse que não tinha visto as alegações específicas e não poderia comentar diretamente. Mas ele “nunca agiu ilegalmente” e realizou a venda de ações “totalmente dentro das normas vigentes”, segundo a declaração.

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O Ministério Público acusou anteriormente Gutierrez e sua equipe de operar uma fraude contábil durante anos, estimada em R$ 25 bilhões, um dos maiores escândalos corporativos da história do país.

As autoridades alegaram que os executivos da empresa se desfizeram das ações que detinham quando perceberam que Gutierrez seria destituído do cargo de CEO, o que aconteceu meses antes de a fraude se tornar pública, no início de 2023.

O ex-CEO, que passou mais de duas décadas no comando da empresa, foi brevemente detido na Espanha em junho como parte de uma investigação sobre o escândalo. Ele foi liberado após testemunhar.

-- Com a colaboração de Daniel Cancel.

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