Bloomberg — A CVC Capital Partners tem explorado uma possível compra da participação da Vivendi na Telecom Italia, segundo pessoas com conhecimento do assunto ouvidas pela Bloomberg News, possivelmente abrindo caminho para uma aquisição da maior empresa de telecomunicações da Itália, que controla a TIM (TIMS3) no Brasil.
A empresa de private equity tem mantido conversas preliminares com a Vivendi sobre a compra de sua participação de 24% nas ações ordinárias da operadora italiana, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas porque a informação é privada.
A participação está atualmente avaliada em cerca de 1 bilhão de euros (US$ 1,05 bilhão), de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
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As ações da Telecom Italia subiram até 6,6% na segunda-feira (16). As ações subiram 5,7% no final das negociações em Milão, fechando no nível mais alto desde março e dando à empresa um valor de mercado de cerca de 6,1 bilhões de euros.
Um acordo bem-sucedido tornaria a CVC a maior acionista da operadora. A empresa de aquisições pode, eventualmente, buscar uma aquisição total da Telecom Italia e tentar desmembrar a empresa, disseram algumas das pessoas.
Além do principal negócio móvel da Telecom Italia na Itália, ela também tem outras operações, incluindo um braço de serviços empresariais e uma unidade brasileira listada em São Paulo.
As discussões estão em um estágio inicial e não há certeza de que resultarão em um acordo, disseram as pessoas. A participação da Vivendi na Telecom Italia também poderia atrair o interesse de outros pretendentes, disseram as pessoas.
O jornal italiano Il Messaggero informou na terça-feira (17) que a Bain Capital também avalia uma possível aquisição da participação, enquanto o Il Sole 24 Ore disse que a Apax Partners pode ter interesse.
Os representantes da CVC, Vivendi e Telecom Italia não quiseram comentar.
A Vivendi tem trabalhado com consultores para explorar opções, incluindo a venda da participação na Telecom Italia, à medida que o bilionário Vincent Bolloré reorganiza a empresa que controla, informou a Bloomberg News no ano passado.
O conglomerado francês recentemente desmembrou três unidades de vários bilhões de euros, e o restante do grupo continua a ser negociado em Paris, com ativos que incluem a participação na Telecom Italia.
No passado, a CVC avaliou outros movimentos em relação aos ativos de propriedade da Telecom Italia. Em 2022, a empresa italiana rejeitou a oferta não vinculante da CVC para uma participação minoritária em sua nova unidade de serviços empresariais.
Essa oferta avaliou o negócio em 6 bilhões de euros, o que a operadora considerou muito baixo, disseram na época pessoas familiarizadas com o assunto.
Em julho deste ano, a Telecom Italia concluiu a venda de sua rede de linhas fixas para a empresa de capital privado norte-americana KKR em um negócio que avaliou a rede em até 22 bilhões de euros. A venda de seu ativo mais valioso permitiu que a Telecom Italia reduzisse sua dívida para poder competir melhor.
A Itália tem um dos mercados de telecomunicações mais competitivos da Europa. Isso se deve, em parte, a uma guerra de preços iniciada pela operadora francesa Iliad, que entrou no país em 2018 oferecendo planos móveis baratos e sem frescuras.
Essas condições de mercado começaram a desencadear a consolidação, com a Swisscom concordando em março em comprar os negócios italianos do Vodafone Group por 8 bilhões de euros, fundindo-os com a Fastweb.
Qualquer aquisição provavelmente precisaria da bênção do governo italiano, que detém uma participação na Telecom Italia por meio da Cassa Depositi e Prestiti, financiadora apoiada pelo Estado, e tem poder de veto sobre aquisições que envolvam compradores estrangeiros.
-- Com a colaboração de Antonio Vanuzzo.
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